Rui Magalhães, que tem, neste momento, uma plantação de oito mil mudas de café arábica, disse que existem técnicos da Agricultura na região, mas falta o acompanhamento das plantações camponesas, para permitir que haja boas safras e desenvolvimento da actividade cafeícola.
Em relação às oito mil mudas de café, disse que tentou negociar com a administração da Ganda para esta adquirir e distribuir aos camponeses, no âmbito do combate à pobreza, mas sem sucesso, explicou o interlocutor, dizendo que deste modo vai plantar apenas um ou dois hectares de mudas, "o resto corre o risco de estragar pois vai passar a época de plantar e estragar-se”.
Na óptica do empreendedor, o café pode ajudar a transformar rapidamente a economia social da Ganda, mas aponta a falta de coordenação, na planificação das acções a executar no terreno, entre os agentes do Estado e os actores do sector privado.
Sem gestão partilhada dos diferentes actores, segundo o empresário, não se explora da melhor forma os poucos recursos existentes, como conhecimento, tecnologia para produção e transformação/ processamento básico.
Por outro lado, informou que a cadeia produtiva formal do café, no município da Ganda, é inexistente de momento
Disse que falta também serviços de extensão, consultoria, de infra-estruturas mínimas e inclusão de jovens na cadeia produtiva, assim como uma incubadora rural, fundamental, no seu entender, para ajudar a alavancar as várias cadeias produtivas do sector agro-industrial, alimentar e pecuário.
Angola já foi o terceiro maior produtor de café do mundo, nos anos 70, com uma produção anual de 220 mil toneladas. Actualmente, está reduzido a pouco mais de seis mil toneladas ano.
Para aumentar a sua produção é necessário um investimento anual de cerca de 150 milhões de dólares por ano.
Fonte: ANGOP