Política
08 Abril de 2021 | 16h40

PR encoraja investimento espanhol em Angola

O Presidente da República, João Lourenço, encorajou, esta quinta-feira, os empresários espanhóis a investirem em todos os ramos da economia angolana e a sua participação em projectos de investimento público.

O Chefe de Estado angolano falava durante as conversações oficiais entre os dois Estados, no quadro da visita oficial a Angola do Chefe do Governo de Espanha, Pedro Sánchez Pérez Castejón.

"A República de Angola encoraja o investimento privado directo de empresas espanholas em todos os ramos da nossa economia, assim como a sua participação na empreitada de importante projectos de investimento público" assinalou.

Notou que esses projectos de investimentos públicos, estão relacionados nos domínios das infraestruturas, da construção civil, da energia, do ensino superior e da saúde, "ao abrigo das linhas de crédito que gostaríamos ver renovadas e reforçadas"

"Gostaríamos de encorajar os empresários espanhóis a investirem em Angola nos sectores da agro-pecuária, nas pescas, no turismo, nas diferentes indústrias extrativas e de transformação, nos têxteis, na indústria farmacêutica e em outras áreas do seu interesse.

De acordo com o Presidente João Lourenço, os empresários espanhóis poderão obter importantes vantagens competitivas na colocação dos bens produzidos localmente nos mercados externos, designadamente no mercado africano no quadro da Zona de Livre Comércio Continental Africana. 

O Chefe de Estado angolano considerou positivas as referências sobre o desempenho das empresas espanholas envolvidas na execução de projectos nas áreas referidas.

Destacou o trabalho realizado por um consórcio espanhol, "que tem feito um trabalho notável no que se refere ao levantamento do potencial mineiro de Angola, pois tem vindo a fazer o mapeamento geológico de algumas zonas do território nacional, o que constituirá uma ferramenta fundamental para conseguir a atracção de investidores para esse sector".

No seu discurso, a Chefe de Estado angolano referiu-se sobre a preocupação dos empresários espanhóis que fazem negócios em Angola com a questão da dívida, que é muitas vezes um factor inibidor para o incremento da sua actividade, bem como para a atracção de outros investidores que olham para o nosso país como um potencial destino dos seus investimentos. 

 A esse respeito, transmitiu alguma tranquilidade, "porque estamos a fazer um esforço para saldar todas as dívidas devidamente certificadas, pesem embora as dificuldades temporárias que o país está a atravessar, agravadas ainda mais pela crise sanitária mundial que estamos todos a enfrentar".

Informou, por outro lado, que o Reino de Espanha e a República de Angola desenvolvem, dentro do quadro estabelecido pelo Acordo Geral de Cooperação assinado em 1987, relações de cooperação intensas e com resultados que, por serem expressivamente satisfatórios, devem encorajar-nos a ampliá-las e a diversificá-las, no sentido de obtermos benefícios mais tangíveis para os nossos respectivos países. 

Para si, os factos têm demonstrado que o Reino de Espanha e a República de Angola têm sabido conduzir o diálogo entre si, na base da convergência dos seus interesses e da complementaridade das capacidades de ambos, deixando de parte preconceitos e questões de natureza subjectiva, que poderiam ter afectado a regularidade com que as nossas relações se desenrolam. 

"É dentro deste padrão de relacionamento que pretendemos que a Espanha continue a ser um parceiro fundamental do desenvolvimento de Angola, um país de imensas oportunidades e recursos de vária ordem, que estão disponíveis para os investidores espanhóis, conhecidos pelo seu engenho e pelo seu espírito empreendedor", assinalou

Realçou, também, o facto de o Executivo angolano ter realizado nos últimos anos importantes reformas económicas e alterou legislação diversa, no sentido de simplificar os procedimentos de investimento directo na economia nacional, de modo a tornar o mercado angolano mais atractivo.  

O Chefe de Estado angolano referiu-se à pandemia da Covid-19, cujos efeitos adversos "pôs à prova a capacidade da comunidade internacional".

"Finalmente, parece-nos estarmos hoje perante a possibilidade real de superarmos esse grande mal (...) graças ao esforço da comunidade científica que nos proporcionou as vacinas", afirmou. 

O Presidente João Lourenço entende que uma vez ao alcance de todos as vacinas vão garantir a segurança sanitária mundial e mitigar os impactos económicos e sociais negativos da pandemia.

O Estadista angolano manifestou preocupação com a intensificação dos conflitos na região do Sahel, em Moçambique, no Corno de África, na Nigéria e na República Centro Africana.

Quanto às alterações climáticas, deixou claro que Angola associa-se aos esforços da Comunidade Internacional na luta contra esse fenómeno, tendo sublinhado os efeitos da seca no sul do país.

Para o Presidente da República, a assinatura de quatro acordos de cooperação, previsto para hoje, entre Angola e a Espanha, transmite aos povos dos dois países "uma importante mensagem" sobre o "carácter sólido das nossas relações".