O responsável, que falava durante o acto de abertura do quinto Encontro Nacional de Reflexão Sobre a Qualidade de Ensino e Assistência em Enfermagem em Angola, referiu que o exame vai servir para aferir as reais competências do profissional de enfermagem, antes mesmo de lhe atribuir a carteira que o habilite a prestar cuidados de saúde nas unidades clínicas do país.
Paulo Luvualu explicou que a ORDENFA está preocupada com a qualidade dos profissionais de enfermagem, porque em algumas instituições de ensino superior, para o curso de enfermagem são admitidos aqueles estudantes que não são aceites em outros cursos das ciências da saúde por não alcançarem uma nota mínima aceitável.
Para o bastonário da ORDENFA, a qualidade de formação que é ministrada na maioria das 284 instituições que formam profissionais de enfermagem a todos os níveis no país é questionável.
De acordo com Paulo Luvualu, grande parte das escolas não têm laboratórios para aulas práticas, não têm bibliotecas; as turmas, na sua maioria, albergam mais de cem estudantes; os estudantes não frequentam estágio regular, muitos fazem estágio de três a seis meses, factos que tornam a qualidade de ensino débil.
Segundo o bastonário da ORDENFA, apesar dessas dificuldades, nos cursos de enfermagem, as notas médias finais na grande parte das instituições, rondam entre 16 e 20 valores, mas na prática não se verificam as competências desejadas, o que para ele, se as coisas não mudarem o país terá um sistema nacional de saúde com um futuro incerto.
Por esse motivo, Paulo Luvualu propõe ao Executivo a criação de uma equipa multidisciplinar para assegurar a fiscalização das instituições de ensino de saúde em todo o país.
O responsável da ORDENFA apelou ainda aos ministérios do Ensino Superior, Ciência e Inovação, da Saúde e da Educação, para a necessidade de se harmonizar os planos curriculares, para que a formação de profissionais seja garantida, com a qualidade universalmente aceite, tendo sempre em conta o perfil epidemiológico e as orientações da OMS.
Os participantes do quinto Encontro Nacional de Reflexão Sobre a Qualidade de Ensino e Assistência em Enfermagem em Angola, que termina sexta-feira (dia 25/11), estão a debater temas como a Importância da Colaboração Intersectorial no Processo de Legalização dos Profissionais de Enfermagem e o Perfil dos Directores e Supervisores de Enfermagem.
Estão também a ser debatidos o Dimensionamento dos Profissionais de Enfermagem à Luz do Decreto nº53/01 de 7 de Setembro e sua Influência na Qualidade da Assistência e a Especialidade Média e Pós-graduada. Situação actual e perspectivas.
Fonte: Angop