Trata-se de um novo modelo de reator nuclear de sódio que está sendo desenvolvido juntamente com parceiros da Coreia do Sul, visando oferecer energia nuclear sustentável com baixo custo.
Recentemente, as companhias de Gates e Buffett fecharam uma parceria com as empresas sul-coreanas SK e Korea Hydro & Nuclear Power (KHNP). Enquanto a SK fez um investimento de US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão na cotação atual), a KHNP ajudará no desenvolvimento do reator.
"Essas parcerias são críticas para o primeiro reator Natrium e para as muitas instalações adicionais que planejamos construir nos Estados Unidos e ao redor do mundo", disse o presidente da TerraPower, Chris Levesque, durante a assinatura do contrato com as empresas sul-coreanas.
Planta do reator nuclear; o Natrium também faz parte do Programa de Demonstração de Reatores Avançados do Departamento de Energia dos Estados Unidos.
O Natrium é um reator rápido de sódio que utiliza um sistema de armazenamento de energia baseado em sais fundidos, com capacidade de produzir em média 345 megawatts (MW), contudo, quando necessário, é possível aumentar a produção de energia para 500 MW — essa mudança pode ser realizada por mais de cinco horas e meia e consegue fornecer energia para até 400 mil residências.
O urânio empobrecido ou urânio natural será usado como combustível do reator nuclear, que usa a tecnologia de ondas viajantes (Traveling Wave Reactor) — neste caso, o urânio líquido é utilizado como combustível em um reator de ondas viajantes que, então, produz energia nuclear. A previsão é que os primeiros reatores estejam ativos e em operação a partir de 2030.
Segundo Levesque, demorará cerca de sete anos para construir e usar o reator nuclear para produzir energia limpa. O empreendimento é um dos projetos que faz parte do ‘leque’ de Bill Gates para reduzir os efeitos da mudança climática no planeta Terra.
O presidente da TerraPower também explica que as altas propriedades de transferência de calor do sódio permitem que o reator nuclear seja resfriado com ar. Assim, no caso de um desastre nuclear, como o de Fukushima em 2011, a usina poderá ser desligada rapidamente — o Natrium também não necessitará de fontes de energia externas, como bombas de emergência e outros equipamentos extras.
Até o momento, a TerraPower afirma que o primeiro reator deve ser construído em Wyoming, nos Estados Unidos, contudo, a companhia deve construir unidades em outras regiões do mundo — possivelmente, a Coreia do Sul será uma delas.
"A tecnologia Natrium é um dos caminhos mais rápidos e de menor custo para fornecer energia limpa avançada que muda o mundo. O sistema possui um reator de 345MWe e pode ser otimizado para mercados específicos. Isso permite um projeto nuclear que segue as mudanças diárias de carga elétrica e ajuda os clientes a aproveitar as oportunidades de pico impulsionadas pelas flutuações de energia renovável. À medida que mais energias renováveis são integradas à rede, a demanda por armazenamento de energia em escala de gigawatts-hora continuará a aumentar”, é descrito no site oficial da Terra Power.
Fonte: TecMundo
