Sociedade
15 Maio de 2021 | 07h42

Moradores das encostas da Boavista são realojados

Um total de 157 famílias, que viviam em condições precárias nas encostas íngremes do bairro da Boavista, no Distrito Urbano do Sambizanga, e no antigo espaço do extinto mercado Roque Santeiro , em Luanda, começaram, ontem, a ser realojadas no projecto habitacional Mayé Mayé, localizado no município de Cacuaco, Distrito Urbano do Sequele.

Fonte ligada ao Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território informou, ao Jornal de Angola, que as 157 famílias já tinham sido cadastradas em 2012 e 2013, para serem realojadas nesta primeira fase do processo.
 "Mas como o processo de realojamento demorava a acontecer, apenas foram feitas actualizações com os responsáveis da Comissão de Moradores do Bairro da Boavista,  de forma a evitar que indivíduos oportunistas sabotassem o realojamento, infiltrando pessoas estranhas  ao processo”, sublinhou.

 A mesma fonte adiantou, ainda, que as 157 famílias perfazem um total de 942 cidadãos, que nesta primeira fase irão beneficiar de residências  do tipo T3 e T2 no projecto Mayé Mayé , em função do agregado e da dimensão das casas que tinham no bairro da Boavista. 

"O projecto habitacional Mayé Mayé, mandado construir pelo Estado para realojar as famílias que vivem em zonas de risco ou onde o Estado pretende criar outras infra-estruturas, já dispõe de energia eléctrica, água potável e estão reservados espaços para postos de saúde e esquadras de polícia”, acrescentou a fonte do Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território.

De acordo com a fonte que vimos citando, existem garantias do Ministério da Educação de que todas as crianças que estavam matriculadas no bairro da Boavista vão ser enquadradas nas escolas existentes no Distrito Urbano do Sequele.
Por isso, acrescentou, as famílias podem ficar descansadas, sem preocupações, porque os filhos não vão ficar fora do sistema normal de ensino.

Reacção dos moradores 
O presidente da Comissão de Moradores do Bairro da Boavista, Fadário Cândido, elogiou o trabalho que está a ser feito, sublinhando que todas as famílias estão satisfeitas com as novas casas que estão a receber, porque é uma zona urbanizada, tem luz eléctrica, água potável e as ruas são todas bem estruturadas, o que facilita o acesso às residências.    
   
"Aqui na Boavista há muitos becos e as casas foram construídas sem qualquer segurança. E quando chove, as famílias sofrem muito e isso já dura há  mais de 20 anos. Este realojamento, embora tardio,  vem tirar as pessoas do sufoco,  porque estávamos cansados de esperar”", disse Fadário Cândido visivelmente aliviado.

A primeira fase  do realojamento das 157 famílias, que começou ontem e deve ficar concluída  hoje, é fruto de um trabalho conjunto entre o Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território,  Comissão Administrativa  da Cidade de Luanda (CACL), Polícia Nacional e dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, que criaram todas as condições para que as famílias pudessem ser transportadas até às novas residências em segurança.  

Do Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território, o Jornal de Angola  recebeu a garantias de que hoje, às 9 horas,  vai ser dada uma conferência de imprensa no local de realojamento para os detalhes sobre como todo o processo está a ser desenvolvido.