Sociedade
19 Janeiro de 2023 | 16h55

Encontradas mais de 40 minas anti-tanques em zona de cultivo

Quarenta e oito minas anti-tanques TM-57, de fabrico soviético, foram, esta quinta-feira, removidas de um campo agrícola de cerca de quatro hectares, na localidade de Omundjoi, arredores da cidade de Ondjiva, província do Cunene.

As minas terrestres foram descobertas quando um agricultor detectou a existência de objectos estranhos na plantação,  denunciando de seguida ao Centro Nacional de Desminagem (CND),  ex- Instituto Nacional de Desminagem (INAD).

A informação foi prestada à ANGOP, pelo coordenador das acções de sensibilização sobre riscos de minas, Minier José,  realçando que no momento da remoção pensaram que existia apenas uma mina mas detectaram outras.

Explicou que as minas estavam arrumadas uma por cima da outra, mas a equipa de especialistas de desminagem realizou o trabalho que resultou na retirada de 48 engenhos explosivos do género.  

Informou que nos próximos dias, quando as condições estiverem criadas, voltarão ao local, para um trabalho de verificação e limpeza mais apurado, com vista a garantir melhor segurança aquelas famílias.

Minier José afirmou que os proprietários da lavra foram recomendados a suspenderem os trabalhos de lavoura, enquanto não ocorrer a  limpeza de desminagem, como forma de se preservar vidas.

Lembrou que no princípio deste mês, na comuna da Môngua, um agricultor levantou com a sua charrua uma mina anti-tanque, que não detonou e foi destruída no local, pela equipa de desminagem.

De igual modo afirmou que em Janeiro de 2022, na mesma localidade, foi encontrada, em condições idênticas, uma mina anti-tanque, na lavra de uma família.

Vítimas de minas no Cunene

Ainda na Môngua, em Fevereiro de 2022, três pessoas da mesma família  que trabalhavam numa lavra morreram e duas ficaram feridas, vítimas de uma mina anti-tanque.

Em 2020, outras cinco pessoas morreram vítimas da explosão de uma mina anti-tanque, quando circulavam numa picada a caminho de casa, a bordo de uma moto de três rodas.

Durante o ano findo, foram recolhidos e destruídos no Cunene cinco mil engenhos explosivos, entre mina anti-pessoal, minas de morteiro 82mm, morteiro 60, granadas de mão e munições diversas

A remoção dos engenhos resultou das denúncias das populações e do trabalho de sensibilização das comunidades sobre riscos de minas, desenvolvido pela equipa de pesquisa, levantamento e controlo de qualidade.

No Cunene existem 32 zonas suspeitas de minas, nos municípios do Cuanhama (11), Cahama (10), Cuvelai (seis), Ombadja (quatro) e Curoca (uma), que correspondem uma área total de um milhão, 719 mil e 355 metros quadrados.

Actualmente a província conta com três operadoras de desminagem, concretamente a Brigada das Forças Armadas Angolanas, Polícia de Guarda Fronteira e o Centro Nacional de Desminagem (CND).

Minas antitanque removidas em lavra no Cunene © Fotografia por: José Cachiva (Angop)

Fonte: Angop