Economia
19 Julho de 2024 | 15h51

Biocom convida empresários a investirem na cana-de-açúcar

A Biocom anunciou, ontem, a abertura do Programa de Fomento de Cana-de-Açúcar (PFCA) a pequenos e grandes agricultores, bem como a empresários agrícolas com interesse na plantação de cana-de-açúcar, com um forte compromisso na diversificação da agricultura angolana.

De acordo com uma nota distribuída à imprensa, com o PFCA a empresa pretende abastecer cerca de 70% do mercado nacional de açúcar, e promover a produção agrícola em 10 mil hectares da província de Malanje, contribuindo para a diminuição de importações deste produto da cesta básica e para a segurança alimentar no país.

O PFCA dirige-se essencialmente a empresários e agricultores com capacidade reconhecida de investimento em terrenos de cultivo, de gestão do agronegócio e que assegurem o fornecimento de cana-de-açúcar à Biocom por dois ciclos (12 anos).

O projecto integra dez blocos de mil hectares (10 mil hectares no total) da Biocom no perímetro à volta do Pólo Agro-Industrial de Capanda, município de Cacuso, província de Malanje. Os parceiros do PFCA que não optarem por uma parcela destes blocos, mas cumprirem com os requisitos, poderão fazer o investimento, desde que seja num raio de 50 quilómetros à volta da Unidade Industrial da Biocom, esclarece a nota.

O processo de selecção das candidaturas estende-se até 2026, altura em que arranca a fase de implementação efectiva do PFCA. Para tal, a Biocom vai disponibilizar aos parceiros as mudas de cana-de-açúcar e comprar a totalidade da produção para posterior transformação em açúcar e etanol, os principais produtos desta unidade industrial com 15 anos de experiência em Angola.

  Convénio com o Fundo de Garantia de Crédito

Para apoiar os parceiros, a Biocom conta já com um convénio com o Fundo de Garantia de Crédito (FGC), que proporciona aos investidores assessoria e acompanhamento financeiro do projecto, tendo estabelecido parcerias com a banca nacional para a concessão de crédito aos interessados.

"O apoio constante a quem transforma e investe no sector Agrícola no país é uma meta fundamental do PFCA”, considera Rodrigo Melo, director-geral da Biocom, citado no documento. Segundo o responsável, "o projecto inclui também assessoria e formação técnica para capacitação da mão-de-obra operacional, emissão de análises e recomendações agronómicas, e ainda orientação na aquisição dos equipamentos a serem utilizados na operação.”

Com o PFCA, realça Rodrigo Melo, "ganha a classe de produtores de cana-de-açúcar e ganha o país”. "Este programa adiciona 10 mil hectares de cultivo de canaviais aos 30 mil já cultivados pela Biocom. Isto permite à empresa atingir a capacidade máxima de produção de açúcar, na ordem das 220 mil toneladas, que correspondem a 70% das necessidades do mercado nacional. Estes são números importantes, que vão ajudar Angola a diversificar a produção agrícola, reduzir a importação de açúcar e caminhar com passos firmes rumo à auto-suficiência alimentar”, afirma.

Para além do PFCA, a Biocom iniciou também, este ano, outros projectos que contribuem para o aumento da produção nacional e para a diversificação da economia e da oferta. "Já estamos a produzir melaço a partir da cana-de-açúcar, o que constituiu um apoio importante para a Agricultura e a Pecuária em Angola”, informa o director-geral da empresa.

Antes, recorda, este produto era 100% importado, mas este ano prevê-se uma produção de 3 mil toneladas de alta qualidade, o que, no entender de Rodrigo de Melo, demonstra, uma vez mais, a capacidade da Biocom como empresa e, sobretudo, o enorme potencial do país.

Rodrigo Melo indica ainda que a Biocom já começou a comercialização deste produto aos empresários nacionais e espera contribuir para o abastecimento deste insumo para toda a cadeia nacional de agro-pecuária, uma vez que o melaço da cana pode ser usado como fertilizante agrícola, suplemento para ração animal ou ainda como matéria-prima para destilarias do país.

"Ao serem produzidos pela indústria nacional, estes produtos contribuem para a redução das importações e eliminam a necessidade de divisas”, sublinha.

Fonte: JA