Internacional
19 Julho de 2024 | 09h21

Biden cede e está de saída? Próximas 72h cruciais (e quem se pode seguir)

Joe Biden está sozinho como nunca esteve até agora. Sucedem-se os pedidos para que se afaste da corrida às presidenciais dos Estados Unidos - marcadas para o próximo mês de novembro -, alegando que a derrota já está mais que certa. Após alguma resistência inicial, há quem diga que o atual presidente está (mesmo) a ponderar a saída.

Várias pessoas próximas do presidente Biden disseram, esta quinta-feira, acreditar que este começou a aceitar a ideia - e que poderá mesmo desistir da corrida. 

A notícia é avançada pelo The New York Times, que acrescenta ainda que não seria uma surpresa se Joe Biden fizesse um anúncio em breve a apoiar a vice-presidente, Kamala Harris, como sua substituta.

 Como tudo começou...

Os receios em relação à corrida a um segundo mandato por parte de Joe Biden começaram quando as questões com a sua idade e saúde mental voltaram à superfície.

A sua prestação no primeiro frente a frente com Donald Trump e constantes enganos em discursos públicos voltaram a colocar Joe Biden no centro de uma polémica em que se questiona se este estará em condições de assumir um cargo tão importante.

E adensaram-se depois de Trump ter sido alvo de uma tentativa de assassinato - que o fez de 'herói' e aumentou as suas hipóteses de vitória nas eleições.

Pelosi e Obama (também) já reagiram

Os pedidos para desistir terão começado na passada semana. Através de uma chamada telefónica, Nancy Pelosi terá recorrido a sondagens para dizer a Biden que não tem hipóteses de vencer e se insistir em ir até ao fim iria deitar por terra as hipóteses de o Partido Democrata reconquistar a maioria da câmara baixa do Congresso.

Também Barack Obama considerou que as hipóteses de Joe Biden ser reeleito para a Casa Branca diminuíram, tendo partilhado com aliados democratas próximos que Biden devia avaliar a viabilidade da sua recandidatura.

A posição do antigo presidente dos Estados Unidos terá sido 'transmitida' no seio democrata nos últimos dias, mas este tem vindo a deixar claro que a decisão de sair da corrida à presidência dos Estados Unidos deve ser tomada pelo próprio.

Próximas "72 horas" poderão ser cruciais

A CNN Internacional refere que várias pessoas dentro da Casa Branca revelaram que existe agora uma "aceitação generalizada" de que Joe Biden permanecer na corrida de 2024 é totalmente insustentável.

"As próximas 72 horas serão importantes", disse um governador democrata, revelando que Biden está cada vez mais "isolado" e que o seu círculo próximo está cada vez mais "reduzido".

E se Biden desistir, quem sucede? 

Assim, parece que o ainda presidente dos Estados Unidos está a aceitar a ideia e começa a ponderar a hipótese de apoiar a candidatura da sua vice, Kamala Harris. Porém, é assim tão certo que será ela a candidata democrata às eleições?

Segundo explica a NBC News, nada é certo neste momento. Isto porque Joe Biden não é tecnicamente o candidato democrata à presidência até ser confirmado pelos delegados na Convenção Democrata, que tem início previsto para 19 de agosto em Chicago, Illinois.

Todos os anos, os delegados que representam o seu partido de cada estado reúnem-se na convenção para nomear formalmente a pessoa que ganhou as eleições primárias do seu estado. Mas se a pessoa que ganhou as primárias se demitir, serão os 3.900 delegados que irão discutir quem será o novo nomeado.

Porém, há boas razões para acreditar que essa pessoa será Kamala Harris. Isto porque, sendo vice de Biden, esta tem acesso aos fundos da campanha de Biden, no valor de 91 milhões de dólares, sendo mais fácil transferir esse valor para alguém que já faz parte da administração Biden do que optar por outro candidato.