Internacional
08 Julho de 2024 | 15h04

Quénia pagará 72 mil euros à família de jornalista morto pela polícia

O Quénia terá de pagar cerca de 72 mil euros à família do jornalista paquistanês Arshad Sharif, morto pela polícia em outubro de 2022, decidiu hoje o Tribunal Superior de Kajiado, no sul do país.

O jornalista exilado, que era um conhecido crítico do exército paquistanês, foi morto a tiro em 23 de outubro de 2022 pela polícia no Quénia, depois de alegadamente não ter parado num posto de controlo à beira da estrada no condado de Kajiado (fronteira com Nairobi, a capital).

O diretor do serviço de informações do Paquistão (ISI), Nadeem Anjum, dias depois do ocorrido atribuiu a morte do jornalista a um caso de "identidade trocada".

Esta hipótese foi rejeitada pela esposa de Sharif, Javeria Siddique, que desde o início apelou a uma investigação patrocinada pelas Nações Unidas sobre o "assassinato seletivo" do seu marido, rejeitando uma comissão de inquérito formada a nível local.

De acordo com um relatório da polícia queniana, Sharif viajava de carro com o seu irmão Khurram Ahmed em direção a Nairobi quando encontraram a estrada bloqueada pela polícia depois de um carro ter sido dado como roubado na zona e mais tarde encontrado.

"Foi estabelecido que Khurram Ahmed e o seu irmão, agora falecido, estavam a conduzir e (...) encontraram a estrada bloqueada por pequenas pedras e decidiram passar por elas. Foi então que ouviram tiros dirigidos ao seu veículo pela frente e pela retaguarda. Não pararam e continuaram a sua viagem", explica o texto.

As matrículas do veículo roubado e do veículo em que viajavam os dois homens começavam com as mesmas duas letras, embora fossem de marcas e modelos diferentes.

Sharif, de 46 anos, trabalhou durante anos na emissora paquistanesa ARY até agosto de 2022, altura em que deixou o país depois de alegar que estava a receber ameaças constantes.

O jornalista referiu em setembro desse ano que tinha recebido informações de que "seria eliminado".


Fonte: NM