Internacional
17 Junho de 2024 | 15h17

Conferência para Paz na Ucrânia arranca hoje na Suíça

A Suíça acolhe, entre hoje e domingo, a Conferência para a Paz na Ucrânia, que juntará representantes de mais de 90 países e organizações, incluindo Portugal, mas não da Rússia nem da China, entre outros ausentes de peso.

O objectivo da conferência, organizada pela Suíça na sequência de um pedido nesse sentido do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é "inspirar um futuro processo de paz", tendo por base "os debates que tiveram lugar nos últimos meses, nomeadamente o plano de paz ucraniano e outras propostas de paz baseadas na Carta das Nações Unidas e nos princípios fundamentais do direito internacional".

Nesta cimeira, que começa hoje à tarde na luxuosa estância suíça de Burgenstock, nos arredores de Lucerna (centro da Suíça), para a qual foram destacados 4 mil militares para garantir a segurança do evento, a Ucrânia espera obter um largo apoio internacional a um plano conjunto de paz, já na perspetiva de uma segunda cimeira, para a qual seria convidada a Rússia, que atualmente ocupa cerca de 20% do território ucraniano, na sequência da ofensiva militar lançada em fevereiro de 2022.

Entre os participantes, cerca de metade dos quais da Europa, contam-se o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a vice-Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o Presidente francês, Emmanuel Macron.

Entre os grandes ausentes da cimeira, para a qual haviam sido convidados 160 países e delegações, destaque naturalmente para a Rússia.

Segundo Lusa, por diversas ocasiões, Moscovo deplorou a realização de uma conferência baseada no plano de paz apresentado, em finais de 2022, por Zelensky que prevê, na sua versão inicial, uma retirada das tropas russas do território ucraniano, compensações financeiras por parte das autoridades russas e a criação de um tribunal para julgar os responsáveis russos,  e acusou a Suíça de perder a neutralidade ao alinhar-se com as sanções europeias.

O outro grande ausente de peso é a China, um dos grandes aliados de Moscovo e vista como intermediária fundamental para futuras conversações de paz, que rejeitou participar dada a ausência da Rússia, tendo Zelensky acusado Pequim de trabalhar em conjunto com o Kremlin (presidência russa) para sabotar a conferência, ao pressionar países para não participarem.

Angola não participará nesta conferência da paz na Ucrânia por incompatibilidade de agenda.

Fonte: JA