Política
31 Maio de 2024 | 16h24

Ministro garante haver transparência na aquisição de 600 novos autocarros

O ministro dos Transportes garantiu ontem, em Luanda, haver transparência, rigor e decoro no processo de aquisição de 600 novos autocarros, ao abrigo do programa de expansão dos transportes públicos.

Ricardo Viegas d’Abreu, que falava aos jornalistas no desfecho da audição com os deputados da 5.ª Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, referiu que houve alguma "intencionalidade” na criação da polémica, assegurando não estar em causa a transparência do acto do Presidente da República, em que se coloca o valor, a quantidade, a entidade financiadora, "exactamente para mostrar toda a transparência que estava a cumprir e autorizar”.

"No nosso entendimento, achamos que haverá vontade de se promover esse tipo de situação. Nós estamos com a nossa consciência totalmente tranquila, porque a  actuação é totalmente transparente, com rigor e muito decoro, daquilo que é a nossa função de servidor público”, afirmou o ministro dos Transportes.

Ricardo Viegas d’Abreu confirmou, ainda, que existe a autorização para se proceder com os actos para o efeito, seguindo tudo o que está estabelecido na Lei da Contratação Pública, desde a aprovação do contrato, pelo Tribunal de Contas, e a aprovação do financiamento, para a execução do contrato.

"Ainda temos algum tempo pela frente para trabalhar e conseguir concretizar todas as peças administrativas, no âmbito da Lei da Contratação Pública”, explicou.

O ministro esclareceu que, tratando-se de um Despacho Presidencial, o conteúdo sobre aquilo que são as cláusulas do contrato não vem escrito no despacho, mas apenas um valor e quantidade de meios que obriga a fazer o exercício de aritmética dos números e chegar-se a conclusões, muitas delas precipitadas.

Acrescentou, por isso, não se conhecer o conteúdo daquilo que é o contrato, que inclui várias outras partes da entidade contratada, entre as quais a manutenção, formação, capacitação e custos associados a despesas de impostos e taxas.

"A ausência dessa informação deveria permitir que houvesse uma atitude um pouco mais ponderada por quem, precipitadamente, terá tecido as considerações que teceu, dizendo, também, que a publicação do Despacho Presidencial é apenas o início de um processo que ainda decorrerá os seus trâmites, no âmbito do cumprimento da lei, sendo que o mais importante é o visto do Tribunal de Contas”, argumentou.

Questionado sobre o pedido de revogação do Despacho Presidencial, pelo activista Rafael Marques, o ministro respondeu: "não temos conhecimento desse facto”.

Durante a audição, Ricardo Viegas d’Abreu esclareceu, igualmente, aos deputados, sobre a estatística dos diferentes sectores e subsectores Aéreo, Marítimo, Portuário, Ferroviário e Rodoviário, relativamente aos programas de recuperação do sector dos Transportes, após o impacto negativo provocado pela pandemia da COVID-19.

O ministro garantiu que, este ano, o sector vai ultrapassar os números alcançados em 2019, porque, "tem outros sectores a contribuir, de forma decisiva, para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)”.

Infra-estruturas a inaugurar

O ministro destacou os projectos estruturantes a nível de todos os sectores e subsectores, particularmente, os mais relevantes, tendo citado o Terminal de Águas Profundas do Caio, o Projecto de Desenvolvimento Integral da Baía do Namibe e o Aeroporto de Mbanza Congo, todos a serem inaugurados no próximo ano.

No domínio da expansão, da rede ferroviária e, também, da expansão e expansão dos transportes públicos a nível nacional, assim como a reforma que se pretende introduzir.

Em relação ao novo Aeroporto Internacional de Luanda, António Agostinho Neto (AAN), o ministro anunciou, na audição, que a data para apresentação de propostas será até ao dia 5 de Julho do corrente ano, para posteriormente se proceder à análise das propostas apresentadas, a fim de garantir a adjudicação do concurso.

Sobre o exercício da actividade ferroviária, enquanto condições de infra-estrutura, fez saber que têm tido acidentes de descarrilamento, sabotagem e intervenção maliciosa na linha com a deposição de lixo e outros. Em face disso, revelou estar em curso acções que visam disciplinar o exercício da linha.

O governante anunciou, também, a necessidade de garantir a operacionalização de passageiros no Aeroporto Internacional de Luanda, previsto para o último trimestre de 2024.

Linhas Aéreas de Angola

O ministro assegurou, também, que se encontra num processo acelerado a recuperação da normalidade da Linhas Aéreas de Angola (Taag), tendo garantido que os benefícios já começam a ser sentidos do ponto de vista operacional e registadas melhorias nos serviços, justificando haver menos adiamentos e cancelamento de voos e qualidade dos serviços a bordo.

"Pretendemos continuar a melhorar e os acordos que a administração actual tem estado a assinar, com parceiros internacionais, vai consolidar essa estratégia e dar-lhe mais sustentabilidade”, disse, para em seguida sublinhar que, este ano, vão receber mais cinco aviões, quatro de pequeno porte e um de longo curso.

O ministro afirmou que aceitaram as contribuições da parte dos deputados e da presidente da comissão, bem como as recomendações, que na prática visa garantir a viabilidade e sustentabilidade do número de aeroportos disponíveis, alguns com tráfego muito baixo ainda.

"Iremos promover um plano de dinamização desses aeródromos. Essa é ainda uma questão que vamos abraçar sem sombra de dúvidas”.

Ricardo Abreu considerou a audição, como um exercício bastante positivo, não só, na prestação de informações para os deputados, mas também, para ouvir um pouco daquilo que são as grandes preocupações e as prioridades que o ministério precisa embasar nos próximos tempos.


Fonte: JA