A infra-estrutura cresceu de uns iniciais 27 megawatts, desde a sua entrada em serviço, em 1959, para 40.8 megawatts, passando a servir, agora, um número maior de consumidores, além de ganhar eficiência do ponto de vista ambiental.

A inauguração da Central Hidroeléctrica modernizada, deverá dominar a actividade de campo do Presidente João Lourenço na Matala, prevendo-se que após descerrar a placa que marca o acto receba, simbolicamente, as chaves e efectue uma visita guiada às instalações, com um momento muito especial a ser vivido na sala de máquinas e o accionamento do botão de arranque da nova turbina, que incrementa o volume de produção de energia da infra-estrutura.

Capacidade de produção

O incremento da capacidade de produção de energia na Central Hidroeléctrica da Matala, de acordo com o administrador municipal adjunto para a área Técnica, Infra-estruturas e Serviços Comunitários, vai permitir alimentar, na íntegra, o perímetro irrigado da localidade, um dos maiores projectos agro-industriais do país, que precisa de ser potenciado para produzir os resultados desejados.

Anaximandro Adriano referiu que, ao passar de 27 para 40.8 megawatts, a Central Hidroeléctrica da Matala vem trazer mais soluções de energia eléctrica, tanto para o município como para outras localidades da região, onde o Perímetro irrigado é um dos maiores beneficiários.

Baseado nas margens do rio Cunene, o Perímetro Irrigado da Matala alberga uma área bruta de aproximadamente 10.700 hectares, dos quais apenas 2.300 hectares estão a ser explorados por produtores organizados em cooperativas e associações agrícolas, por falta de investimentos.

Necessidade de mais financiamento

Com milhares de hectares de terras férteis, o Perímetro Irrigado da Matala tem grande parte do seu espaço ocioso, a aguardar por exploração, apesar de estarem nas mãos de sete cooperativas.

Segundo o presidente da Cooperativa 1º de Maio, a única que se destaca entre as sete, a maioria aguarda por financiamentos para alavancar a actividade. Disse que passam por dificuldades de verbas para a aquisição de insumos agrícolas, como sementes, fertilizantes e insecticidas.

"Temos muita terra, e para ocupar essa terra com plantação é preciso financiamentos”, sublinhou Victor Fernandes. Na sua cooperativa, acrescentou o responsável, um total de 24 agricultores dos 160 que compõem a agremiação beneficiaram nos últimos tempos de um financiamento do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA) para desenvolver a actividade agrícola.

Cada beneficiado, revelou Victor Fernandes, recebeu 15 milhões de kwanzas, dez milhões dos quais convertidos em insumos, como sementes de batata-rena, alho, cebola, tomate e fertilizantes, e os restantes cinco milhões que vão servir para pagar o pessoal trabalhador.

Fazenda prevê elevar níveis de produção

A fazenda agrícola "Olombi Agro-negócios”, situada no Perímetro Irrigado da Matala, pretende elevar os níveis de produção de arroz este ano, para mais de quatro mil toneladas por ciclo produtivo, com o aumento gradual do espaço de cultivo, afirmou o director do projecto, Paulo Gao.

Projectada num espaço de 514 hectares, nas margens do rio Cunene, a fazenda, gerida por uma empresa chinesa, está a explorar neste momento 300 hectares, cem dos quais para a produção de arroz e os restantes para o cultivo de milho, batata-rena e cebola.

O responsável da exploração destacou que o espaço espera colher nos próximos dois meses mais de duas mil toneladas de arroz, no espaço de 100 hectares, naquela que vai ser a primeira das duas safras projectadas para este ano.

Paulo Gao disse, ainda, que além das quatro mil toneladas de arroz, a fazenda produz todos os anos seis mil toneladas de milho, mil de batata-rena e igual quantidade de cebola, estando nesta altura em fase da primeira colheita de milho.