A informação foi avançada, segunda-feira, pelo coordenador regional do projecto RETFOP, Alexandre Rosa, à margem de um encontro sobre o Mecanismo de Diálogo Público-Privado para o Ensino Técnico e Formação Profissional (MDPP-ETFP).

De acordo com o coordenador, o RETFOP é um projecto que tem como objectivo contribuir para a redução do desemprego e melhorar a qualificação técnica e profissional. O projecto, disse, teve início em 2018 e termina no fim deste ano. "A União Europeia está a colaborar com as autoridades angolanas, no sentido de redefinir outras políticas de continuidade”.

Para o próximo programa, referiu, a intenção é aumentar o investimento, porque considera satisfatórias as metas atingidas até ao momento. A formação, acrescentou, tem como objectivo capacitar os membros dos comités provinciais e nacionais.

Uma das dificuldades, realçou, é criar mecanismos que permitam ao sector privado e público conversar sobre as políticas de formação profissional.

Durante dois anos, avançou, foi feito um trabalho para delinear as políticas de formação em todo o país, em diferentes sectores, como um mecanismo de diálogo e concertação social. O RETFOP, esclareceu, é um projecto transversal, com intervenção em vários domínios, criado para melhoria da formação profissional.

O Catálogo Nacional de Formação, referiu, permite o reconhecimento global das competências profissionais aprendidas em Angola em qualquer parte do mundo.

 
Bolsas de estudo

Alexandre Rosa adiantou que o RETFOP está, ainda, a apoiar a formação com bolsas de estudos, que incluem 330 jovens, das Universidades Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos, com cursos de Electricidade, Electrónica, Mecânica, Telecomunicações, Agricultura, Agropecuária e Produção Alimentar, para serem professores das escolas técnicas do país, no futuro.

Actualmente, revelou, têm estado a capacitar formadores para os 150 jovens dos centros do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP), assim como a garantir 600 estágios profissionais remunerados, apoio ao empreendedorismo e ao microcrédito.

 
O projecto

A formação, organizada pelo CIF-OIT, vai dar contributos para a elaboração de políticas e dos processos de planeamento do Ensino Técnico e Formação Profissional (ETFP), assim como ajudar no desenvolvimento de políticas de orientação vocacional e profissional.

O projecto vai contribuir, igualmente, para o desenvolvimento de políticas de capacitação de formadores, na avaliação dos sistemas de formação profissional e ensino técnico, bem como melhorar a sustentabilidade das empresas, aumentando as oportunidades de trabalho decentes.

Necessidades do país

Durante a abertura do encontro, o secretário de Estado para o Trabalho e Segurança Social disse que a iniciativa surge para responder a uma necessidade, há muito identificada, relacionada com a premência de envolver mais os parceiros sociais e as instituições públicas e privadas, no domínio do ensino técnico e da formação profissional.

Pedro Filipe realçou que o Governo de Angola deu, com o encontro, início a um processo que, certamente, vai continuar a ser desenvolvido até à maturação, por todo o território nacional.

A chefe de cooperação-adjunta da União Europeia em Angola, Isabel Emerson, destacou, no acto, o diálogo e o considerou fundamental para garantir o desenvolvimento sustentável de Angola e apoiar a diversificação da economia. A diplomata referiu que o maior foco da União Europeia está virado para o Corredor do Lobito, por ser um vector de desenvolvimento do país e da região.

O director do Gabinete da Educação em Benguela revelou que o encontro de aprendizagem vai ajudar as empresas a terem profissionais mais capacitados. Edmundo Salupula acredita que o Corredor do Lobito vai absorver a maior parte da formação, devido à força de trabalho que vai ter.

"O Corredor do Lobito é uma iniciativa que vai precisar de quadros formados em áreas específicas, com realce para a Industrial, Administração de Serviços e Logística”.