Política
28 Maio de 2024 | 14h07

Sul-africanos escolhem novo Presidente

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, pediu a "todos os sul-africanos" que votem nas Eleições Gerais de amanhã, de forma exemplar e confiantes na continuidade das políticas implementadas para o bem comum e construção de um futuro melhor, numa altura difícil para o seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC).


Ramaphosa apela à ida de todos às urnas e à confiança num futuro melhor com o ANC © Fotografia por: DR

"Apelo a todos os sul-africanos para que votem", disse Ramaphosa numa mensagem invulgar dirigida à nação, no domingo, a partir dos Union Buildings (sede do Governo), em Pretória, transmitida na televisão pública SABC, apenas três dias antes das eleições.

"Somos um povo diverso, mas somos uma nação unida. Vamos estar unidos no nosso empenhamento na nossa democracia. Vamos trabalhar juntos para construir um país melhor", disse o Presidente, candidato a um segundo e último mandato de cinco anos.

O Chefe de Estado manifestou a sua esperança de que, tal como em todas as eleições desde 1994, as primeiras multirraciais depois da queda do regime do apartheid, este escrutínio decorra em "condições pacíficas e estáveis, que seja livre e justo".

Ramaphosa, de 71 anos, lembrou que nesta segunda-feira os mais de 1,6 milhões de sul-africanos que se registaram para o "voto especial" (por motivos de doença, imobilidade ou incapacidade de ir às urnas na quarta-feira) começaram a votar. O Presidente referiu, ainda,  vários incidentes relacionados com a tentativa de obstrução das eleições, incluindo a invasão de instalações da Comissão Eleitoral Independente (IEC) na província oriental de KwaZulu-Natal.

"Apelamos mais uma vez a todos os partidos, candidatos, apoiantes e a todos os sul-africanos para que se abstenham de qualquer acção que possa interferir com o processo eleitoral", disse. Ramaphosa, que passou em revista os êxitos do seu Governo na luta contra a corrupção e na recuperação da economia após a pandemia da Covid-19, entre outros, fez um discurso dramático de encerramento de campanha no passado sábado, afirmando aos seus apoiantes que, se o ANC não for apoiado nas eleições, o país poderá regressar "a um passado terrível". "No próximo dia 29, o povo da África do Sul vai decidir se o nosso país continua a avançar com o ANC para um futuro melhor e mais brilhante ou se regressa a um passado terrível", afirmou a dezenas de milhares de apoiantes no estádio FNB de Joanesburgo, no último grande comício do partido antes das Eleições Gerais.

O ANC governa o país desde a instauração da democracia em 1994, com a vitória de Nelson Mandela - o primeiro Presidente negro do país - nas eleições desse ano, que marcaram o fim do regime racista do "apartheid" (1948-1994) imposto pela minoria branca.


Oposição apela ao voto contra o ANC

O maior partido da oposição sul-africana, a Aliança Democrática (AD), lançou, também, no domingo, um último apelo aos sul-africanos para que o ajudem a alcançar uma vitória sobre o Congresso Nacional Africano (ANC).

A Aliança Democrática (DA, na sigla em inglês) juntou alguns partidos da oposição mais pequenos num pacto, conhecido como a Carta Multipartidária para a África do Sul, com o objectivo de desafiar o ANC, no poder há 30 anos.

As últimas sondagens sugerem que o ANC perderá a maioria absoluta na eleição para o Parlamento, mas também a AD está sob pressão, depois de o seu apoio ter diminuído nas últimas Eleições Gerais e de vários dos seus antigos dirigentes terem abandonado o partido para formar novos movimentos políticos, que irão concorrer nas eleições.

Uma coligação entre a AD e outros partidos, na sequência das eleições autárquicas de 2021, entrou em colapso devolvendo o poder a uma coligação liderada pelo ANC, o que resultou na animosidade política entre os dois partidos. Steenhuisen acusou, repetidamente, o ANC e o EFF (esquerda radical) de planearem entrar em coligação após as eleições.

Fonte: JA