Internacional
29 Janeiro de 2024 | 11h48

Governo ucraniano revela casos de corrupção em compras para o exército

O Ministério da Defesa ucraniano anunciou hoje que recuperou 1,5 mil milhões de hryvnias [mais de 36 milhões de euros] que tinham sido transferidos para um intermediário na compra sobrevalorizada de munições de artilharia.

O ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, deu estas explicações nas redes sociais no âmbito de um balanço das últimas ações contra as praticas de negligência e corrupção nas forças armadas.

Umerov também se referiu a outro caso que o Ministério da Defesa venceu em tribunal contra uma empresa de armas ucraniana, que não entregou as minas explosivas que deveria fornecer ao exército, num contrato igualmente no valor de 1,5 mil milhões de hryvnias [mais de 36 milhões de euros].

Entre as ações anticorrupção levadas a cabo na semana passada, o ministro ucraniano referiu ainda as acusações que foram feitas contra vários comandantes da Defesa pela aquisição irregular de munições de morteiro, também no valor de 1,5 mil milhões de hryvnias.

Umerov observou que o seu Ministério está a realizar "inspeções não planeadas nos armazéns" das unidades militares em busca de possíveis fraudes ou casos em que o material acordado não tenha sido entregue.

"Descobrimos que não foram fornecidos alimentos no valor de mais de 50 milhões de hryvnias (mais de 1,2 milhões de euros)", afirmou Umerov sobre outra das irregularidades constatadas.

Estas investigações levaram o Ministério a "mudar de fornecedor em algumas unidades militares", disse o ministro.

Umerov foi nomeado para o cargo em setembro, substituindo Oleksi Reznikov, que deixou o cargo após serem conhecidos vários escândalos de corrupção na aquisição de material para o Exército.

Uma das prioridades, segundo Umerov, é promover a transparência e colocar fim a esse tipo de irregularidades.

Numa carta enviada às autoridades ucranianas logo após a nomeação de Umerov, os Estados Unidos exigiram medidas urgentes de Kiev para acabar com a corrupção nas forças armadas como condição para continuar a enviar ajuda militar à Ucrânia.