O MI6 ordenou-lhe desde então que viajasse várias vezes para a China, "sob uma identidade pública", para "recolher informações sensíveis" para o Reino Unido e "procurar indivíduos para o MI6 recrutar", lê-se na mesma nota.
O ministério indicou que o MI6 também o formou profissionalmente no Reino Unido e noutros países em matéria de serviços secretos e forneceu-lhe equipamento especial para comunicar.
Na sequência de uma investigação, os órgãos de segurança da China descobriram provas das alegadas atividades de espionagem de Huang e aplicaram "medidas coercivas criminais" contra ele, referiu o comunicado.
O suspeito forneceu ao MI6 nove segredos de Estado de nível "confidencial", o segundo mais importante no sistema de informações do Estado chinês.
Em agosto passado, o ministério da Segurança do Estado chinês pediu a mobilização de "toda a sociedade", visando "prevenir e combater a espionagem".
O organismo indicou que todos os órgãos estatais e organizações sociais, empresas e instituições têm a obrigação de prevenir e impedir a espionagem e "proteger a segurança nacional", e disse que ia colocar à disposição dos cidadãos números de telefone e caixas postais para receber denúncias, "garantindo o sigilo" dos informadores.
A entrada em vigor no ano passado de uma emenda à lei de Contraespionagem da China passou a proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional e alargou a definição de espionagem.
A linguagem vaga da legislação causou preocupação entre investidores estrangeiros, sobretudo depois de, em maio passado, a polícia chinesa ter entrado nos escritórios de duas consultoras, a Bain & Co. e Capvision, e de uma empresa de análise de mercado para fusões, aquisições ou investimentos, a Mintz Group. As autoridades não deram nenhuma explicação, afirmando apenas que as empresas estrangeiras são obrigadas a cumprir a lei.