Política
11 Dezembro de 2023 | 09h10

Angola preocupada com a situação sanitária na Faixa de Gaza defende ajuda humanitária

Angola juntou-se, domingo, aos demais Estados-membros, numa sessão especial organizada pelo Conselho Executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a precaridade da situação sanitária em Gaza, território palestino ocupado, por Israel.

Na reunião de emergência sobre a saúde em Gaza, organizada a pedido de 17 Estados-membros do Conselho Executivo da OMS,  na sede da Organização, em Genebra, Suíça, em formato híbrido (presencial e por videoconferência), Angola considerou oportuna a sessão especial e expressou o apreço pela oportunidade para serem discutidas "as terríveis condições humanitárias no território palestiniano ocupado”.

A representante permanente de Angola junto das Nações Unidas e de outras Organizações Internacionais, em Genebra, Margarida Izata, aproveitou o ensejo para fazer referência a todas as resoluções e decisões relevantes adoptadas pela Assembleia Mundial da Saúde sobre o assunto, além de partilhar a preocupação de Angola com "a tragédia humana, a humanidade e as condições de saúde observadas, actualmente, nos territórios palestinianos ocupados, particularmente na província de Gaza”.

 Margarida Izata saudou todas as iniciativas multilaterais conducentes à redução substancial do sofrimento de todas as "vítimas do conflito desnecessário” e a preservação da dignidade dos povos palestiniano e israelita e não só, bem como a segurança dos profissionais de saúde da ONU destacados no epicentro da guerra em curso no Médio Oriente.

Angola apoiou, igualmente, a resolução, ontem, submetida para a consideração dos Estados-membros e convidou outros países comprometidos com a causa humana a juntarem-se à iniciativa.

O Conselho Executivo da OMS é composto por 34 membros tecnicamente qualificados na área da Saúde. Os membros são eleitos para mandatos de três anos. As principais funções do Conselho são, nomeadamente, dar cumprimento às decisões e políticas da Assembleia Mundial da Saúde, aconselhá-la e, em geral, facilitar o trabalho, e  preparar a agenda da próxima cúpula.

O director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no discurso  de abertura da reunião sobre a situação da saúde em Gaza, detalhou que o "impacto do conflito na saúde é catastrófico” e apresentou as estatísticas registadas num contexto de guerra intensa.

Tedros Adhanom Ghebreyesus lamentou a perda de mais de 100 profissionais da ONU em Gaza e disse que as necessidades de saúde aumentaram dramaticamente e a capacidade do Sistema de Saúde foi reduzida para um terço: "A OMS está no terreno, em Gaza, ao lado dos parceiros, para apoiar os profissionais de saúde que estão física e mentalmente exaustos e que fazem o melhor em condições inimagináveis”.

"Lamento os ataques bárbaros e injustificáveis do Hamas a Israel, a 7 de Outubro, que mataram mais de 1200 pessoas. Estou consternado com os relatos de violência baseada no género durante os ataques e com os maus-tratos infligidos aos reféns”, referiu o director-geral da Organização Mundial da Saúde.

Com efeito, Tedros Adhanom Ghebreyesus disse estar aliviado pelo facto de 114 reféns terem sido libertados e reiterou o apelo para que os restantes retidos sejam libertos.

Para o director-geral da OMS, o impacto sobre a saúde em Gaza é catastrófico e as estatísticas indicam que mais de 17.000 pessoas já terão morrido, incluindo 7.000 crianças – e outras soterradas, sob os escombros das casas, em número indeterminado.

Soma-se mais de 46.000 feridos, além de 1,9 milhões de pessoas deslocadas – quase toda a população da Faixa de Gaza – e procuram abrigo onde quer que o encontrem e à medida que mais pessoas se deslocam para áreas cada vez mais pequenas, a sobrelotação, combinada com a falta de alimentação, água, abrigo e saneamento adequados, estão a criar as condições ideais para a propagação de doenças e outras debilidades sanitárias naquela zona igualmente preocupante.

Fonte: JA