Esta informação foi feita na quarta-feira, na província do Bié, pelo director-geral adjunto do Instituto Nacional de Estatística (INE), Hernany Luís, tendo considerado o processo de positivo para o censo de Julho do próximo ano.
Falando à imprensa no final da reunião do Grupo Técnico de Apoio à Comissão Multissectorial do Censo/2024, que durante três dias avaliou, na cidade do Cuito (Bié), a capacidade técnica operacional para a realização do Censo/2024, o responsável disse que o Censo Piloto permitiu testar os níveis organizacionais, quer seja do domínio logístico, mobilidade em zonas de difícil acesso, comunicação e rede técnica.
Fez saber ainda que o Censo Piloto colocou a prova os meios e recursos informáticos/tecnológicos, com suporte à internet, através de um aparelho digital "tablet”, usado para a recolha dos dados.
Os 470 agentes de campo, entre recenseadores e supervisores, nas sete províncias, 14 municípios e igual número de comunas, usaram os conhecimentos sobre o Censo Piloto, essencialmente com recurso as tecnologias de comunicação e informação, tendo conseguido uma cobertura de 87,4 por cento (% ) dos territórios abrangidos.
O processo obteve um nível de resposta aos questionários de 98, 9%, entre os agregados familiares, colectivos e dos sem abrigo, num total de 36 mil 552 habitações recenseadas.
Por este facto, o também porta-voz do Censo garante condições técnicas e tecnológicas para realizar um censo 100 % digital.
Para o efeito, o Ministério das Telecomunicações Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTCS), integrante da Comissão Multissectorial para o Censo 2024, assegura a cobertura do sinal de internet, mesmo nas zonas mais recônditas do país.
"Foi possível testar as dificuldades relacionadas com a interpretação dos instrumentos de recolha (questionário), manuseio de tablet, resistência dos materiais e equipamentos, assim como a movimentação dos técnicos nas áreas de difícil acesso”, asseverou.
Sobre os constrangimentos do processo, o director-geral adjunto do INE, que apresentou os resultados definidos do Censo Piloto, disse que as " dificuldades existem sempre, em qualquer processo”, mas a heterogeneidade da Comissão Multissectorial permite ultrapassar, em tempo real eventuais constrangimentos.
O porta-voz apontou como principais desafios a actualização cartográfica, dificuldades de acesso em algumas localidades e a cobertura do sinal de internet.
Segundo o responsável, o Grupo Técnico de Apoio à Comissão Multissectorial do Censo, entende que as populações estão mobilizadas, porém a divulgação continuará a ser intensificada e conta com as autoridades e os parceiros sociais locais, assim como dos meios de comunicação social.
O balanço ditou o município do Chitato, na comuna do Luachimo (Lunda Norte) com maior número de entrevistados, cerca de 38,9 % do global entrevista e o município do Cuangar, com o menor registo de entrevistas, 481, perfazendo 1,3%.
Os cidadãos respondem a um questionário subdividido em mais de cinco secções, com destaque para as questões inerentes à habitação, saúde, e educação.
Hernany Luís avançou que, neste momento, decorre o trabalho de actualização cartográfica no país, operação que permitirá ter uma fotografia mais actualizada da geografia de Angola e que vai até ao mês de Maio de 2024.
O processo do Censo Piloto contou com 638 técnicos e o Grupo Técnico de Apoio à Comissão Multissectorial do Censo definiu o plano global, estratégico, cronogramas de actividades, bem como o plano de acção, manuais de apoio à formação e questionários do Censo.
Sob o lema "Juntos Contamos por Angola”, o Instituto Nacional de Estatística realiza a 19 de Julho de 2024, segundo Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH), denominado Censo Populacional, depois da independência, sendo que o primeiro ocorreu em 2014.
O Instituto Nacional de Estatística realizou o Censo Piloto entre 19 de Julho a 5 de Setembro de 2023, em sete províncias do país, criteriosamente seleccionadas, nomeadamente Luanda, Bengo, Bié, Lunda Norte, Cuando Cubango, Uíge e Cunene.
Nestas províncias, procedeu-se a recolha dos dados de casos especiais, seguido da recolha aos agregados familiares.OPF/AC
Fonte: Angop
