Pelo terceiro dia consecutivo, desde que terminou uma trégua, Israel efetuou novos ataques à Faixa de Gaza. O porta-voz militar de Israel dizia que as tropas atacaram múltiplos "alvos terroristas", por ar, mar e terra, em diferentes partes do enclave. Alvos que incluem "túneis terroristas, centros de comando e instalações de armazenamento de armas", bem como uma "célula terrorista".
De acordo com o Exército israelita, foram encontrados mais de 800 túneis desde o início da guerra em Gaza e que cerca de 500 já destruídos. A mesma fonte referia que alguns deles ligavam, através do subsolo, instalações estratégicas da organização terrorista islâmica Hamas. A informação não foi confirmada de forma independente.
O mesmo responsável tinha lançado um apelo aos habitantes de seis bairros de Khan Younis, em língua árabe, para que partissem para outras zonas do enclave.
Do outro lado, a agência noticiosa oficial palestiniana WAFA denunciava a "destruição de numerosas casas, edifícios, apartamentos residenciais e propriedades públicas e privadas" pelos "incessantes bombardeamentos israelitas". Ataques que, referia, concentraram-se sobretudo na parte norte da Faixa mas estenderam-se também a cidades do sul, como Khan Younis.
No norte de Gaza, equipas de salvamento, com pouco equipamento, lutavam para escavar os escombros de edifícios, no campo de refugiados de Jabalia e noutros bairros da cidade de Gaza, em busca de possíveis sobreviventes mas também de cadáveres.
Foi mais um bombardeamento israelita a este campo, que fez vítimas mortais e feridos e atingiu não só o local onde estavam refugiados palestinianos como uma área residencial nos arredores. A situação era de calamidade.
À margem da Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas (COP28), que está a decorrer no Dubai, a vice-presidente dos EUA mostrava-se preocupada com o "grande número de palestinianos inocentes" mortos neste conflito. Kamala Harris dizia que aquilo a que têm assistido é "devastador" e que é preciso "Israel deve fazer mais para proteger civis inocentes”, que estão a sofrer e a morrer.
Enquanto Washington alerta para o perigoso aumento no número de vítimas civis o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantia que o único caminho "para a vitória" e prosseguir com a "campanha terrestre”.
Já o Procurador-Geral do Tribunal Penal Internacional (TPI) apelava ao respeito pelo Direito Internacional, pelas duas partes - Israel e Hamas. Karim Khan garantia que vão intensificar as investigações a potenciais crimes de guerra cometidos por israelitas e palestinianos.