Internacional
06 Novembro de 2023 | 16h43

Israel. Rússia pede "ação coletiva" para controlar "monopólio" dos EUA

A Rússia apelou hoje a uma "acção coletiva" sobre o conflito israelo-palestiniano, por exemplo, com a organização de uma "conferência internacional", denunciando assim o alegado desejo dos norte-americanos de "monopolizar" a mediação.

"Face a uma escalada de violência sem precedentes na zona de conflito israelo-palestiniana, há muitos apelos a uma acção coletiva para desescalar a situação no Médio Oriente, incluindo a realização de uma conferência internacional", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo num comunicado.

Moscovo "apoia ativamente" esta abordagem, acrescentou o ministério, assegurando que o país "sempre defendeu a necessidade de uma estratégia multilateral".

"Como a História comprova, as tentativas de 'monopolizar' as funções de mediação não levaram à resolução de conflitos, mas à sua exacerbação", diz o comunicado.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse em outubro que o conflito entre Israel e o Hamas demonstrava o "fracasso" da política dos Estados Unidos no Médio Oriente, acusando-o de ter "monopolizado" a resolução do conflito sem se preocupar em "encontrar compromissos aceitáveis para ambos os lados".

De acordo com o governo do Hamas, no poder em Gaza desde 2007, cerca de 10.000 pessoas foram mortas com a resposta de Israel aos ataques de 07 de outubro do grupo palestiniano que mataram 1.400 pessoas.

A Rússia mantém tradicionalmente boas relações com as autoridades israelitas e palestinianas, bem como com vários intervenientes regionais, como a Síria, o Egito e o Irão.

Moscovo apela às negociações e reitera o seu apoio a uma solução de dois Estados com a criação de um Estado palestiniano.

O país já esteve envolvido em negociações sobre a Síria, um país devastado pela guerra, onde apoia o regime de Bashar al-Assad.

A guerra na Síria, que começou em 2011 após a repressão dos protestos antigovernamentais, já deixou mais de meio milhão de mortos e deslocou milhões de pessoas.

Um cessar-fogo mediado pela Rússia e pela Turquia foi declarado no norte da Síria após uma ofensiva do regime em março de 2020, mas é regularmente violado.

Fonte: NM