Política
30 Outubro de 2023 | 16h26

Especialista considera normal o fecho da Embaixada da Coreia do Norte no país

Depois do anúncio do encerramento da Embaixada da Coreia do Norte, em Angola, na última semana, um especialista em Relações Internacionais considerou normal o procedimento, o que não representa de maneira alguma o “corte” das relações de cooperação entre os dois Estados.

Em declarações ao Jornal de Angola, Inácio Chumbo, especialista em Relações Internacionais, disse que o encerramento de uma representação diplomática não significa, necessariamente, o rompimento das relações entre dois Estados, pois existem várias situações que podem levar um país a encerrar a missão.

De acordo com Inácio Chumbo, entre as razões está a redução de custos e a  redefinição da estratégia política do país.

No caso concreto do encerramento da Embaixada norte-coreana em Luanda, os indicadores não apontam qualquer rompimento diplomático, mas sim a retirada de Angola da linha estratégica da política externa daquele país asiático, por pouco satisfazer os seus pressupostos económicos.

"Quer dizer que não há fundamentos relevantes para que a Coreia do Norte mantenha uma missão diplomática em Angola, pois a manutenção de uma missão implica vários custos para o país”, evocou Inácio Chumbo.

O também docente universitário explicou que a Convenção de Viena, de 1961, sobre as relações diplomáticas, reserva à Coreia do Norte a possibilidade de confiar a guarda das instalações, arquivos, interesses e, sobretudo, os cidadãos a um terceiro país, com a anuência do Governo angolano.

De acordo com o especialista, o cenário aponta a ausência de indícios do uso de instrumentos violentos da política externa e violação do protocolo diplomático, que levariam à Coreia do Norte a romper as relações com Angola.

No entanto, o Ministério das Relações Exteriores de Angola indicou, em comunicado, que a Embaixada da República Popular Democrática da Coreia anunciou, no fim da tarde da última quarta-feira, em Luanda, o encerramento unilateral da Missão Diplomática acreditada no país.

O anúncio foi feito por Jo Pyong Chol, até então embaixador extraordinário e plenipotenciário da República Popular Democrática da Coreia em Angola, durante um encontro com Téte António, ministro angolano das Relações Exteriores.

Segundo o comunicado, Jo Pyong Chol foi à sede do Ministério das Relações Exteriores, em Luanda, despedir-se do chefe da diplomacia angolana, afirmando que, por decisão da sua capital, Pyongyang, encerra a Embaixada deste país asiático em Angola e que o diplomata regressa à Coreia do Norte.

Na sequência, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, desejou ao diplomata norte-coreano sucessos no futuro posto profissional. Dados do Ministério das Relações Exteriores indicam que o embaixador Jo Pyong Chol serviu o país asiático durante cinco anos em Angola.

As relações entre Angola e a Coreia do Norte datam da Independência do país, a 11 de Novembro de 1975, e os dois Estados cooperam nos domínios da Saúde, Construção e Informação Tecnológica.

Fonte: JA