Economia
05 Outubro de 2023 | 15h50

Banco Central Europeu mantém as taxas de juro

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, reiterou, quarta-feira, que as taxas de juro na zona euro vão permanecer num nível restritivo durante o tempo necessário para que a inflação caia para 2,0 por cento a médio prazo.

Na abertura de uma conferência sobre política monetária organizada pela instituição, Christine Lagarde afirmou que as decisões do BCE sobre as taxas de juro dependem das perspectivas de inflação, da evolução da inflação subjacente, que exclui a energia e os alimentos por serem mais voláteis, e da força com que as subidas das taxas chegam à economia real.

"Acreditamos agora que as taxas de juro directoras do BCE atingiram níveis que, se forem mantidos durante um período suficientemente longo, contribuirão de forma substancial para que a inflação se aproxime atempadamente do nosso objectivo de médio prazo”, afirmou.

Desde Julho do ano passado, o BCE aumentou as suas taxas de juro em 450 pontos base para 4,50 por cento e a facilidade de depósito a 4 por cento.

BOLETIM ECONÓMICO DE OUTUBRO
PIB de Portugal cresce 2,1% este ano e 1,5% em 2024

O Banco de Portugal está mais pessimista sobre o crescimento da economia portuguesa, conquanto se note agora uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,1 por cento, este ano, e  1,5 por cento, em 2024.

No ‘Boletim Económico’ de Outubro, apresentado ontem, em Lisboa, a instituição cortou as previsões de crescimento económico face a Junho em 0,6 pontos percentuais (pp.) para 2023 e 0,9 pp. para 2024.

A previsão do Banco de Portugal (BdP), que  torna a instituição mais pessimista, continua a fixar-se acima da previsão oficial do Ministério das Finanças de 1,8 por cento para este ano, mas que o Governo já sinalizou que poderá ser revista em alta no Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).

A poucos dias da entrega, no Parlamento, pelo Executivo, do próximo Orçamento, o regulador bancário avança, contudo, uma previsão mais pessimista para 2024 do que a inscrita pela tutela (2%) no Programa de Estabilidade.

Segundo o regulador, o abrandamento económico reflecte um menor dinamismo nos principais parceiros comerciais, os efeitos cumulativos da inflação e a maior resistividade da política monetária, o que levou a um agravamento das condições financeiras na zona euro e em Portugal.

Face a Junho, a evolução mais desfavorável é explicada pelo "comportamento das exportações e, em menor grau, do consumo privado e da formação bruta de capital fixo (FBCF), em especial pública”.

Já a revisão do crescimento em 2024 resulta, sobretudo, de um desempenho menos favorável da actividade ao longo deste ano e, "em menor grau”, da revisão das hipóteses de enquadramento e de um desempenho mais fraco das exportações no início do ano.

O regulador alerta que a transmissão das subidas de taxas de juro de política às condições financeiras enfrentadas pelas famílias e empresas continuará a limitar a actividade em 2024 e 2025.

Fonte: JA