Política
05 Outubro de 2023 | 15h38

Central Hidroeléctrica do Luachimo entra em funcionamento em Novembro

A Central Hidroeléctrica do Luachimo, cujas obras de reforço de potência de 8,4 para 34 megawatts (MW) iniciaram em 2017, entra em pleno funcionamento a partir do dia 8 de Novembro do corrente ano, para beneficiar cerca de 10.600 famílias da cidade do Dundo, capital da Lunda-Norte, garantiu, ontem, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.

Em declarações à imprensa, no final da visita de constatação às obras do maior investimento no sector Eléctrico na região Leste do país, uma agenda que incluiu deslocação ao município do Lucapa, 150 quilómetros da cidade do Dundo, para avaliar os trabalhos de construção da Central Fotovoltaica local, o governante esclareceu que o cronograma da conclusão do projecto do Luachimo sofreu reajuste devido aos constrangimentos registados com o assoreamento de inertes em toda a conduta da central, que provocou estragos em algumas máquinas do empreendimento.

De acordo com o ministro, foi necessário, com o apoio da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) e parceiros, remover toda a areia da massa inorgânica que impediu o normal funcionamento dos equipamentos.

Os desafios agora, disse, passam em dar início e conclusão dos ensaios da quarta máquina (turbina) para que, a partir da primeira semana do mês de Novembro, se possa ter em operação a Central da Hidroeléctrica do Luachimo a 100 por cento.

"Tivemos um constrangimento aqui com o assoreamento em toda a conduta da central, o que provocou inclusive estragos nas máquinas que já estavam a funcionar. Foi necessário,com a ajuda da Endiama, remover toda a massa inorgânica. Estamos a trabalhar na recuperação das máquinas. Vamos proximamente trabalhar na última máquina,  que é a quarta turbina, para que até à primeira semana de Novembro, dia  oito, se possa ter em operação a 100 por cento a central do Luachimo”, afirmou o ministro da Energia e Águas.

João Baptista Borges, que esteve acompanhado pela governadora provincial da Lunda-Norte, Deolinda Vilarinho, adiantou que, a partir da data que foi estabelecida, o Aproveitamento Hidroeléctrico do Luachimo, onde o Governo investiu mais de 149 milhões de dólares, com vista à sua recuperação, vai entrar em funcionamento com as quatro turbinas concebidas com a capacidade de produção de 8,5 MW cada.

O ministro da Energia e Águas sublinhou que o problema de assoreamento decorre da actividade de exploração diamantífera nas localidades próximas da  barragem, o que leva muitos inertes a serem encaminhados ao rio Luachimo.

Por isso, o pelouro que dirige vai trabalhar com os homólogos dos Ministérios do Ambiente e dos Recursos Minerais, Petróleo e  Gás para se evitar que futuramente ocorra a mesma situação, a julgar pelo investimento significativo que o Executivo aplicou no  Projecto de Reabilitação e Reforço de Potência do Aproveitamento Hidroeléctrico do Luachimo.

"Foi feito um investimento significativo de mais de 149 milhões de dólares para a renovação deste empreendimento. Por isso vamos trabalhar  com os sectores do Ambiente, Recursos Minerais, Petróleo e Gás para evitarmos o que ocorreu aqui”, disse o ministro.

O governante assegurou que o  Estado quer colocar o empreendimento ao serviço da população e reduzir os custos de combustível, com a produção de energia térmica.

Linha de transporte

O ministro  da Energia e Águas, João Baptista Borges, reafirmou que o Projecto de Reabilitação e Reforço de Potência do Aproveitamento Hidroeléctrico do Luachimo prevê, também,  outra fase voltada à recuperação das linhas de transporte de alta tensão do Dundo até aos municípios do Cambulo e Lucapa, incluindo as respectivas localidades.

João Baptista Borges mencionou as áreas  do Fucauma, Cassangudi (Cambulo), comuna do Camissombo e localidade diamantífera  deLucapa, assim como a Endiama e as companhias parceiras, estas últimas que também mostram interesse em consumir a energia do Luachimo.

A linha de transporte, referiu, foi destruída em toda a sua extensão, daí a necessidade da reabilitação com as subestações eléctricas.

Com a ligação, disse João Baptista Borges, o Governo vai estar em condições de eliminar a produção de energia térmica nos municípios do Cambulo e  Lucapa.

O ministro declarou que, para o Executivo, são projectos prioritários para a Lunda-Norte, tendo em conta a capacidade instalada na Central Hidroeléctrica do Luachimo e o movimento da actividade económica que se vem registando na província.

João Baptista Borges sublinhou que a par da Central Fotovoltaica em  construção no Lucapa, concebida com uma capacidade de 7,19 MW, cuja conclusão está prevista para Março de 2024, há, também, um conjunto de projectos que devem arrancar no próximo ano, em   outras sedes municipais e 13 outras localidades da província.

A iniciativa, segundo o ministro, inscreve acções que visam a instalação de sistemas fora da rede com a energia solar e de baterias. Em outras províncias, o projecto já está a ser implementado, mas na Lunda-Norte começa no próximo ano, explicou.

Interligação do sistema Norte/Leste

Os trabalhos para a interligação eléctrica entre os sistemas das províncias do Norte e Leste estão a ser feitos com a ligação a partir da Barragem de Capanda, com uma execução física de 85 por cento, garantiu o ministro da Energia e Águas.

O governante avançou que vai ser construída, também em  Malanje, a principal subestação para alimentar o município de Xá-Muteba, na Lunda-Norte, e outro troço que vai até Saurimo, na província da Lunda-Sul.

As duas linhas, com uma extensão de cerca de trezentos quilómetros cada, aguardam pela mobilização da linha de financiamento, a ser aprovada em breve pelo Executivo, um projecto que engloba acções de desminagem e outros estudos.

João Baptista Borges disse que há outro projecto que prevê a interligação do sistema entre Dundo (Lunda-Norte), Saurimo e Dala (Lunda-Sul), ambas na região Leste do  país.


Fonte: JA