O secretário-geral da Ordem dos Advogados da cidade de Marsa Matru, Salé Abu Attia, disse ao diário Al Manassa que as detenções ocorreram após distúrbios que se seguiram ao anúncio de Al-Sisi, feito na segunda-feira.

Os detidos são maioritariamente jovens, disse a mesma fonte, citada pela agência espanhola Europa Press.

As redes sociais têm sido o espaço de divulgação de dezenas de vídeos em que se veem manifestantes a entoar palavras de ordem contra a decisão de Al-Sisi, que chegou ao poder em 2013 após um golpe de Estado.

Um dos cenários de confrontos entre manifestantes e a polícia ocorreu em Marsa Matru, no noroeste do país.

O Ministério do Interior disse que as detenções estavam relacionadas com grupos de jovens que se envolveram em confrontos por terem tirado fotografias com poetas líbios durante um evento.

Attia explicou que os acontecimentos deram origem a protestos, motins e cânticos contra Al-Sisi "como mostram os vídeos difundidos" nas redes sociais.

Referiu também que ainda não se conhecem as acusações contra os detidos.

Um referendo em dezembro de 2019 aprovou uma alteração à Constituição que permite a Al-Sisi permanecer no poder até 12 anos para além do atual mandato, ou seja, até 2034.

Nas eleições de 2014, Al-Sisi obteve 96% dos votos e, quatro anos depois, 97%.