O país da África Ocidental aumentou o preço fixo no produtor, no sábado, em 11 por cento, para mil francos CFA (1.332 (11 kwanzas) por quilos para a colheita principal da época, acima dos 900 francos CFA  (1.199 kwanzas)da época passada.

Mas, agricultores, compradores de cacau e exportadores disseram à Reuters que o aumento foi inferior ao esperado, dada a subida constante dos preços do cacau no mercado global e mais acentuado ainda nos países vizinhos.

"Temos uma diferença de cerca de 180 dólares (149 mil kwanzas) por tonelada entre o preço na Côte d'Ivoire e o do Ghana. É enorme e é um factor que vai acelerar o contrabando de grãos da Côte d`Ivoire para o Ghana este ano”, disse à Reuters um comerciante de uma empresa europeia.

Os futuros do cacau atingiram máximos dos últimos 46 anos nas últimas semanas, devido a preocupações com uma redução da oferta na África Ocidental. O Ghana, segundo maior produtor mundial de cacau, aumentou o preço do cacau no produtor para a época 2023-2024 em mais de 63 por cento.

"Os contrabandistas já estão a comprar cacau (em grão) na Côte d’Ivoire a mil francos o quilo para enviar para a Libéria e a Guiné, onde vão buscar 1.200 FCFA”, disse um director de uma empresa internacional de exportação de cacau. "Não sei como seremos competitivos com esse preço”, lamentou.

Quatro exportadores baseados em Abidjan e San Pedro e cinco compradores de cacau em Duekoue e Man, no Oeste do país, estimaram que cerca de 120 mil toneladas de cacau foram contrabandeadas da Côte d`Ivoire para a Guiné e a Libéria na última época.

O regulador do Conselho do Cacau e do Café da Côte d’ Ivoire (CCC) declarou, na semana passada, que apreendeu 40 toneladas de cacau, o principal ingrediente do chocolate, na região de Man, quando se aprestava a ser transportado para um país vizinho.