Sociedade
11 Setembro de 2023 | 17h22

Combate ao garimpo passa por aposta na educação

O governador da Huíla, Nuno Mahapi, considerou hoje, segunda-feira, no Lubango que o combate à exploração ilegal de recursos mineiras na província passa por maior oferta educativa nas áreas propensas ao fenómeno, para garantir oportunidades de trabalho.

Actualmente os municípios da Jamba e do Chipindo são os que mais incidências apresentam em exploração ilegal de recursos, principalmente do ouro.  

Ao falar à margem da visita o grupo de embaixadores africanos acreditados em Angola, o governador afirmou que o foco deve estar em tal investimento, para que se evitem ainda mortes de jovens no processo.

"Não podemos ficar indiferentes perante tal realidade. O nosso foco para combater o fenómeno primeiro passa pela oportunidades e essas só vão aparecer se dermos educação”, reforçou.

Declarou que em todas as áreas a serem exploradas devem ser feitas concessões para que empresas devidamente legalizadas continuem a explorar e a gerar empregos para os jovens que estão nessas minas.

Nuno Mahapi entende que são trabalhadores por conta própria, mas se estiverem organizados minimizam o problema, estando de forma legal para poderem explorar sem problema.

Jamba e Chipindo são os principais activos de ouro a nível da Huíla, zonas onde já surgiram mortes associadas ao garimpo ilegal por causa dos deslizamentos de terra.

A morte mais recente divulgada pela causa deu-se na Jamba em Dezembro de 2022, de um cidadão de 18 anos. Já em Março do mesmo ano, três outros também ficaram soterrados quando exploravam ouro numa mina ilegal, no mesmo município.

A cronologia indica que são acontecimentos frequentes, pois em Setembro de 2010 o desabamento de terra numa mina ilegal provocou a morte de três garimpeiros no município de Chipindo. Dias antes, do mesmo mês, um outro jovem de 16 anos perdeu a vida pelas mesmas circunstâncias.

Em Abril de 2019, 15 garimpeiros morreram na mesma região (Chipindo), naquele que foi o pior incidente desde que começou a rumaria pelo ouro naquela região, em 2014, quando começou a prospecção.

Actualmente as empresas Lafech, Mpopo, e Chicuamona, são as únicas de momento a explorarem o ouro como tal e operam nos municípios do Chipindo e da Jamba, respectivamente a 456 quilómetros a Norte e a 315 a Leste.

A Huíla tem nove empresas de exploração de ouro registadas, delas três estão em actividade, uma em fase de prospecção na comuna da Quilemba, no Lubango e outras cinco em processo de implementação, nos municípios de Caluquembe (uma), Chipindo (três) e Cuvango (duas). EM/MS

Huíla: Zona de garimpo no Chipindo © Fotografia por: Morais Silva - ANGOP