Desporto
03 Setembro de 2023 | 11h23

Angola perde com o Sudão do Sul mas garante Pré-Olímpico

A Selecção Nacional terminou, no domingo, a prestação na 19ª edição do Copa do Mundo com uma derrota pesada com o Sudão do Sul, por 78-101, no Coliseu Araneta, para a fase de qualificação do Grupo M, mas assegurou a presença no Torneio Pré-Olímpico junto com o Egipto.

O Sudão do Sul alcançou mais um feito inédito, com o apuramento aos Jogos Olímpicos de Paris’2024, após disputar pela primeira vez uma Copa do Mundo.

Foi a derrota mais expressiva do combinado angolano que encerrou a prestação longe daquilo que foi perspectivado, sobretudo, depois do triunfo frente aos anfitriões, por 80-70, na segunda jornada da fase regular.

Angola começou com derrota frente a Itália, por 67-81, depois de equilibrar o jogo até ao meio do segundo quarto; venceu as Filipinas e encerrou a primeira fase com derrota com a República Dominicana (67-75). Para as classificativas, novo desaire desta frente a China (76-83), no penúltimo jogo. Ontem, na despedida, o "cinco” nacional abordou mal o primeiro quarto, face à pouca agressividade defensiva, e permitiu que o adversário construísse uma vantagem gorda (16-30) no primeiro quarto.

Com jogadores mais altos e pesados, o Sudão do Sul continuou a impor-se, quer no jogo interior quer exterior, ao passo que Angola parecia sem soluções para encontrar um ponto de equilíbrio.

No segundo quarto, a equipa conseguiu reagir e sacudiu a pressão. Josep Clarós já não contava com os préstimos de Bruno Fernando. O jogador ressentiu de uma entorse e não foi ao jogo.

Por banda dos orientados de Real Ivery , Carlik Jones, que tem levado às costas a Selecção sudanesa, voltou a mostrar destreza na condução das acções ofensivas.

O norte-americano naturalizado recebia sempre os bloqueios dos companheiros na zona dos oito metros. Com isso, conseguia atrair pelo menos dois defensores e penetrava com relativa facilidade para a zona restritiva ou para terminar em bandeja ou para assistir um colega de equipa para o tiro exterior.

O segundo período terminou com uma igualdade a 23 pontos no parcial, mas no global, o Sudão vencia por 53-39. Foi a primeira vez que Angola sofreu mais de 50 pontos ao intervalo.

O resultado foi um sinal de alerta para a necessidade de imprimir outra dinâmica defensiva, uma vez que a média de pontos do Sudão na presente edição é de 80 pontos, aliado ao facto de serem uma das selecções mais altas da competição.

Angola penetrava pouco, razão pela qual tentou mais vezes os lançamentos exteriores para fugir das torres sul-sudanesas. Contudo, a pontaria não esteve em dia sim. Childe Dundão parecia ser o jogador mais inconformado neste particular.

A nossa Selecção precisava de estar mais compenetrada em termos defensivos, parecia que o scouting não tinha sido bem feito, pois Jones, o motor do Sudão, conseguia criar inúmeras dificuldades sempre que estivesse em campo. Até ao intervalo, tinha 15 pontos e oito assistências.

No reatamento, Jones voltou a fazer aquilo para o qual está dotado: conduzir a equipa na produção de pontos. Angola voltou a entrar mal e decorridos três minutos já perdia por 7-2. Sem Bruno Fernando (nos poucos minutos em que esteve em campo), Sílvio de Sousa e Jilson Bango Bango tiveram muito trabalho no duelo com os oponentes.

O que o técnico mais receava acabou por acontecer. O Sudão dilatou a vantagem para 20 pontos de diferença e Clarós solicitou desconto de tempo. Parecia não haver comunicação na defesa e era necessário fazer os devidos ajustes.

Os jogadores sudaneses protegiam o cesto depois de um lançamento exterior, de modo a evitar que qualquer jogador ganhasse ressaltos ofensivos com facilidade. O inverso quase não acontecia.

Não se vislumbrava uma mudança de atitude e, no final, foi consumada a vitória do Sudão do Sul, que ditou a qualificação directa aos Jogos Olímpicos de Paris’2024.

Fonte: JA