"A quebra da moeda e menor oferta de moeda externa vai provavelmente também levar a uma subida da inflação e pesar no crescimento”, escrevem os analistas no comunicado em que mantiveram a nota de risco soberano do país.
"A persistente tendência de descida da inflação vista entre 2022 e Março de 2023 acabou, com os preços a subirem para 12,12 por cento em Julho, depois de se terem mantido estáveis à volta dos 10,7 por cento de Março a Maio”, aponta a S&P.
A agência também antecipa uma forte subida da dívida pública, para 93 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), afirmando que "no seguimento da forte depreciação da moeda e da redução na produção de petróleo, o nível de dívida pública e os custos do serviço da dívida em percentagem do PIB vão aumentar significativamente este ano, e isso vai colocar uma pressão significativa nos pagamentos a partir de 2024”.
"A revisão em baixa da previsão de crescimento para este ano reflecte principalmente a nossa expectativa relativamente a um nível de produção mais baixo, e o seu impacto noutros sectores da economia”, acrescentam os analistas da S&P.
A desvalorização do kwanza em 40 por cento face ao dólar desde o início do ano vai fazer com que os pagamentos da dívida em moeda estrangeira se tornem mais caros, com a S&P a notar que os custos da dívida de Angola podem subir mais de 60 por cento na segunda metade deste ano.
O país vai ter de desembolsar mais de sete mil milhões de dólares este ano, e uma média de 7,8 mil milhões de dólares entre 2024 a 2026, "com a maioria do serviço da dívida este ano a estar relacionada com dívida bilateral à China”.
Fonte: JA