Economia
22 Agosto de 2023 | 15h42

Agência de notação prevê inflação de 13 por cento este ano em Angola

A agência de notação financeira Standard & Poor's prevê que Angola chegue ao final do ano com uma inflação média de 13 por cento, descendo para 10 por cento no ano seguinte, em coincidência com as estimativas oficiais, depois de o BNA ter revisto em alta a inflação deste exercício, para um intervalo entre 12 e 14 por cento.

Num documento publicado na noite de sexta-feira, a manter a nota de Angola em B- com perspectiva Estável, a Standard & Poors (S&P) também revê em baixa a previsão de crescimento económico deste ano, para 0,9 por cento.

"A quebra da moeda e menor oferta de moeda externa vai provavelmente também levar a uma subida da inflação e pesar no crescimento”, escrevem os analistas no comunicado  em que mantiveram a nota de risco soberano do país.

"A persistente tendência de descida da inflação vista entre 2022 e Março de 2023 acabou, com os preços a subirem para 12,12 por cento em Julho, depois de se terem mantido estáveis à volta dos 10,7 por cento de Março a Maio”, aponta a S&P.

A agência também antecipa uma forte subida da dívida pública, para 93 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), afirmando que "no seguimento da forte depreciação da moeda e da redução na produção de petróleo, o nível de dívida pública e os custos do serviço da dívida em percentagem do PIB vão aumentar significativamente este ano, e isso vai colocar uma pressão significativa nos pagamentos a partir de 2024”.

"A revisão em baixa da previsão de crescimento para este ano reflecte principalmente a nossa expectativa relativamente a um nível de produção mais baixo, e o seu impacto noutros sectores da economia”, acrescentam os analistas da S&P.

A desvalorização do kwanza em 40 por cento face ao dólar desde o início do ano vai fazer com que os pagamentos da dívida em moeda estrangeira se tornem mais caros, com a S&P a notar que os custos da dívida de Angola podem subir mais de 60 por cento na segunda metade deste ano.

O país vai ter de desembolsar mais de sete mil milhões de dólares este ano, e uma média de 7,8 mil milhões de dólares entre 2024 a 2026, "com a maioria do serviço da dívida este ano a estar relacionada com dívida bilateral à China”.


Fonte: JA