Ao falar à imprensa, depois da inauguração da escola pelo Presidente da República, João Lourenço, o PCA da Sonangol sublinhou que na primeira fase foram disponibilizados dois mil milhões de kwanzas, na segunda sete milhões de dólares e outros sete que serão disponibilizados para operações e manutenção em fase de funcionamento.
Sebastião Martins explicou que o processo de formação acontecerá sem custos e exigência de nível académico para os jovens, sendo necessário ter o compromisso de cumprir com todas as regras para frequentar a escola.
"Neste momento estamos mais preocupados em garantir a formação destes jovens, com qualidade. A parte que vai conduzir a absorção vai depender também o grau de aproveitamento que ele tiver, mas tenho a certeza que um jovem que termina a formação é procurado não só pela Sonangol, mas por grande parte das empresas do mundo inteiro”, disse.
Não estamos, prosseguiu o responsável, a falar de empresas angolanas apenas. Estamos a falar de empresas como a Google, Amazona e Microsoft. São empresas de alta tecnologia que dão esta possibilidade aos nossos jovens de também participarem no mercado do mundo digital que hoje é muito concorrido.
Já o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, disse que o programa prevê que durante a formação haja interacção com as empresas. Haverá momento de estágios que irão determinar a apetência das empresas pelos formandos.
De acordo com o ministro, a formação não é direccionada essencialmente à indústria de petróleo, "é direccionada a todo mundo que usa tecnologia, programadores, que tem necessidade de intervenção técnica na área digital. O leque de oportunidades, empregabilidade para os que tiveram a oportunidade de entrar para a escola é muito vasto”.
Diamantino Azevedo destacou que quase tudo gira em torno da Tecnologia e o sector de Recursos Minerais, Petróleo e Gás, acredita que tem uma responsabilidade acrescida em ajudar as gerações mais novas, tornando-as mais capacitadas para o mundo Digital.
Por este motivo, continuou o ministro, a Sonangol-EP, ao abraçar este projecto, financiando toda sua implementação até ao presente momento e disponibilizando estas instalações aqui no ISPETC, quer dar oportunidade aos jovens, independentemente da sua educação, enquadramento social ou capacidade económica, de maximizarem o seu potencial.
Por seu turno, o director do Gabinete de Quadros da Presidência da República, Edson Barreto, considerou ser uma oportunidade para todos os jovens angolanos com idade superior a 17 anos, para formarem-se em codificação e programação, numa das melhores instituições de ensino.
Realçou que a Escola 42 está classificada no mundo como uma das escolas mais inovadoras e inclusivas do mundo e hoje têm a oportunidade de aceder ao centro de formação no território nacional.
"Tem o propósito de apoiar todos aqueles que têm formações em áreas que hoje são de fraca empregabilidade elas podem vir para a Escola 42 e fazerem a reconversão das suas carreiras para áreas de fortíssima e elevada empregabilidade que são as áreas de codificação e programação”, sublinhou.
Informou que a escola é completamente financiada, na primeira fase, pela Sonangol que suporta todos os custos financeiros.
Referiu que a Escola 42 prevê formar, até 2027, cerca de 562 programadores de elite, tendo como meta anual 150 alunos.
Na Escola 42 aprende-se, de forma prática, desenvolvendo projectos, entre pares, num modelo que parece um jogo.
Assim, para além das competências técnicas, cada um desenvolve a capacidade de trabalho em equipa, de resolução de problemas, de adaptação, determinação, autonomia e resiliência.
Sem professores, nem livros, a aprendizagem é feita pelo desenvolvimento de projectos que permitem ganhar pontos e passar de nível, como se de um jogo se tratasse.
Uma vez apreendidas as bases, cada aluno é livre de desenhar o seu próprio percurso, escolhendo os projectos que lhe permitem ganhar conhecimento nas áreas que mais lhe interessam.
Na 42 não existem aulas, nem horários pré-definidos. O campus está aberto 24 horas, 7 dias por semana, 365 dias por ano, onde cada aluno tem a liberdade e responsabilidade para construir o seu próprio plano de aprendizagem e trabalhar, quando for mais produtivo, ao seu ritmo.