Economia
10 Julho de 2023 | 08h48

Expo-Uíge 2023 termina com volume de negócios acima de 300 milhões

Terminou no passado sábado, a Expo-Uíge/2023, que se realiza anualmente em torno das festividades da cidade do Uíge, que na presente edição serviu para celebrar os 106 anos desde que a antiga vila “Marechal Carmona” foi elevada à categoria de cidade.

As contas da já  considerada maior bolsa de negócios do Norte do país supera as expectativas da administração municipal do Uíge,  da organização e de todos os expositores.  O volume de negócios transaccionados atingiu 300 milhões de kwanzas.

Este valor representa uma subida na casa de 90 pontos percentuais face aos dados da edição de 2022 (160 milhões), explicado pelo aumento "das vendas  do sector de maquinarias ligadas à agropecuária”, segundo a organização.

"Aqui foram expostas máquinas do sector da agricultura  com valores  acima de 100 milhões de kwanzas, por isso, afirmamos sem medo de errar e com a confirmação dos expositores, que a expo – Uíge/2023 superou as demais feiras já realizadas”, detalhou Carlos Calas, PCA da C. Calas, empresa organizadora do evento.

Expositores satisfeitos 

Expositores, produtores, empreendedores, pequenos e grandes empresários dos vários sectores da vida económica da província e do país  foram  unânimes  ao afirmar que a actual edição da feira superou as expectativas de negócios, tendo impulsionado as vendas, facilitando parcerias entre agentes económicos e criado  novas oportunidades para o progresso económico.

No espaço de convergência dos agentes económicos, realizada por cada edição das festas da cidade do Uíge, foi montada uma tenda gigante onde era possível acompanhar as potencialidades de cada sector com realce para agricultura, industria, comércio, transportes, mobiliários, empreendedorismo, tecnologias de informação, vestuários, calçado e outros.

A volta da feira, a montra das potencialidades agropecuárias das   16 administrações municipais chamava atenção pelo número infindável de produtos agrícolas  expostos, tendo permitido a comercialização de centenas de toneladas . Nomeadamente a mandioca, banana, ginguba, feijão, milho, muteta, beringelas, pepinos, cenouras, cana-de-açúcar, bata caule, batata doce e rena, abacaxis, citrinos, entre outros.

Entre as reacções  dos produtores , destaca-se  a da  responsável da cooperativa Lucala, do município do Songo Feliciana Miguel  que afirmou que tinha cumprido seus planos, "Trouxemos sete toneladas de produtos diversos com destaque  para o bombo,  mandioca, banana, quizaca,  bata doce e, surpreendentemente, vendemos tudo em apenas dois dias”, detalhou.

Outro produtor, mas do município de  Cangola, responsável da associação agrícola Ana Penza, Castro Kilonde Daniel, também não escondeu o entusiasmo. "Ficámos sem como buscar outros produtos, mas no campo, ainda temos muitos serem escoados. Estão disponíveis 60 sacos de bombo, quatro toneladas de cana-de-açúcar, duas toneladas de batata e uma tonelada de ginguba”.

Do município de Dange Quitexe  foi descarregada  a melancia, pepinos,  feijão fresco, ananás, beringelas e outros produtos. "Trouxemos  27 toneladas de produtos diversos, mas já esgotaram, e neste momento, outra equipa regressou à fazenda em busca de outros produtos para o comércio, pois estamos a receber ainda muitos pedidos  de compras de  vários  clientes”, vincou à reportagem do Jornal de Angola, a expositora Gloria Cambongue, responsável da Fazenda agrícola com o mesmo nome.

Já o presidente da cooperativa Ana Kuilo/11 ( com cerca de 72 membros), do município do Puri, Distinto Vazio Teca, considerou a feira  uma oportunidade valiosa,  mas sugeriu que "o assunto das estradas  devia ser bem debatido e [que devemos] encontrar formas de desenvolver os nossos municípios através das vias de acessos. "Localmente produzimos em grande quantidade, Neste momento temos diversos alimentos já prontos numa área de 24 hectares, mas devido à degradação das vias de acesso, os produtos estão deteriorando-se porque os compradores não chegam nas zonas de produção”, sublinhou .

 
Os galardoados

Na noite da gala de premiação dos expositores e outras entidades que prestaram serviços à 12ª Expo-Uíge, a empresa PAFIFE foi a grande vencedora do evento. O título arrebatado deveu-se aos metros quadrados de exposição ocupados, nível organizacional e a diversificação de produtos, com destaque para mobílias e outros equipamentos fabricados à base da madeira,explorada e transformada localmente.

O município anfitrião do Uíge foi distinguido como melhor representação municipal, a empresa  VIMO  como melhor indústria transformadora, enquanto o município do Bembe arrebatou o prémio de melhor produção do campo, por causa do  seu grande potencial em termos de citrinos.

  o  município de Alto Cauale pela criatividade através dos produtos e serviços apresentados pela Cidadela Jovens de Sucesso.

A Empresa de Água e Saneamento do Uíge (EASU-E.P) ficou como melhor representante de empresas públicas. Para o sector dos seguros, foi reconhecida a performance da Empresa Nacional de Seguros de Angola (ENSA-E.P), tendo o município do Negage sido considerado como o mais industrializado devido à produção bens e serviços do Polo Industrial do Negage (PIN).

O programa de Transferências Sociais Monetárias (TSM) "Kwenda” do Fundo de Apoio Social (FAS) foi galardoado como o melhor projecto social institucional e o município de Quimbele arrebatou a distinção de melhor decoração intermunicipal de standas, enquanto startup DABAMBI venceu como o melhor software de facturação.

O município do Songo ficou conhecido como o melhor exemplo de produção da banana.

Fonte: JA