O certame recebeu mais de nove mil visitantes durante os três dias. Em declarações à imprensa, Maria Nelumba disse que o evento decorreu num ambiente saudável que permitiu superar todas as espectativas.

"Os expositores tiveram toda a oportunidade de mostrar as suas produções, antes diziam que o petróleo seria vendido em todo o mundo, hoje, podemos falar assim da nossa banana e queremos que os outros produtos também possam ser exportados para o mundo para, também, vivermos da produção agrícola”, desejou.

Maria Nelumba frisou que o Bengo não tem apenas a Banana, mas, também, conta com outros produtos como os citrinos, manga, pitaya e mamão papaya, para que a província participe no grande facto da diversificação da economia nacional através da exportação.

A governante garantiu que o governo vai envidar esforços, para apoiar as empresas de equipamentos agrícolas, para ajudar os pequenos produtores,  a possuírem bons materiais de produção.

Premiações

A organização criou várias categorias para apremiações, devido ao empenho dos municípios e cooperativas envolvidas na Feira da Banana. Para o prémio de Melhor Município, os Dembos foram o grande vencedor, em segundo lugar, ficou o município de Nambuangongo e na última posição o Bula Atumba.

Na categoria de pequenos produtores, os Dembos ocuparam o primeiro posto, em segundo lugar, ficou Nambuangongo e o município de Pango Aluquém foi o terceiro classificado. Na categoria de equipamentos agrícolas, foi vencedor a empresa Ferpinta, em segundo, a Rega Angola e na última posição, Omarf Tractores.

Para a categoria mais esperada, que é dos Grande Produtores, a Nova Agrolíder saiu a grande vencedora, troféu que conquista pela quinta vez, o segundo classificado foi a Turiagro, enquanto a Vida Flesh se conformou com a última posição dos grandes produtores. O director regional da NovaAgrolider no Bengo, Hélder Cardeta, disse que não existe segredo algum, apenas o trabalho é que justifica as conquistas que têm conseguido ao longo destes anos todos.

"Nós não temos segredos com ninguém, temos portas abertas a todas as pessoas e muito trabalho, a nossa produção está a correr bem e queremos aumentar mais a exportação a nível internacional, mas penso que estamos num bom caminho” acautelou.

Enquanto isso, o líder da caravana do município dos Dembos, que foi o grande vencedor em três categorias, Joaquim Cangulo, justificou o trabalho como o elemento fundamental para conseguir atingir o reconhecimento da organização, e dedicou os prémios ganhos a todas as cooperativas do município que representa.

"Nós estamos felizes e trabalhamos muito, hoje, fomos reconhecidos pela organização da Feira, fruto de muito trabalho”, garantiu o administrador.

O administrador municipal de Nambuangongo, Domingos João Lourenço, referiu que, conquistaram o segundo lugar em algumas categorias, porque tiveram que priorizar os programas de combate à fome e à pobreza o Prodesi e o PIIM. " Conseguimos organizar os camponeses, entregamos enxadas, catanas e o outros materiais de agricultura, ficamos focados nos projectos do nosso Executivo”, concluiu João Lourenço.

Ambiente festivo marcou o último dia do certame

Um forte policiamento nas duas entradas do Mercado do Panguila, representava a segurança dos expositores e visitantes que ali afluiram, para participarem da maior Feira da Banana, um dos produtos agrícolas que mais se destacam nas terras do Jacaré Bangão. "Ninguém vem ao Bengo sem provar a nossa banana”, disse o vice-governador provincial para os sectores Político, Social e Ecnómica, José Bartolomeu Pedro, na abertura do certame na sexta-feira.

"A utilidade nutricional da Banana” foi o tema dissertado pela nutricionista Paulina Semedo, durante a palestra que chamou atenção da maioria dos presentes, atraindo a audiência dos feirantes. Na ocasião, a especialista explicou as grandes vantagens do consumo da fruta.

O vai-e-vem dos visitantes, a recepção calorosa dos feirantes, bem como as contagiantes danças tradicionais que não arredaram o pé no recinto davam um verdadeiro ar festivo no local. O grupo tradicional de dança folclórica Jucula Mbunda, não mediu esforços nem se fez rogado para subir ao palco, no seu estilo de cantar e dançar atraiu a maioria dos assistentes convidando-os à festa.

Filomena Kiluta, de apenas 15 anos, exibia uma carapinha dura na cabeça com pintas brancas a volta do corpo e penas de galinha, em representação da cultura do município do Dande.

O bailarino Julito Vunge disse que não esperava ver a casa cheia e receber vários aplausos mesmo antes de subir ao palco. Da cultura não ficou por ai, Mister Makanha interpretou o tema "coragem no estilo Rap, e kuduro, Zona Toque, levando o pessoal ao delírio. Quem testemunhou, também, a presença brava da plateia foram os Vozes do Nambua, que no seu jeito conseguiram levantar os expositores das stande para prestarem o calor humano aos guardiões da cultura de Nambuangongo, município que participou com uma quantidade de mais de cinco toneladas de produtos diversos com destaque para a famosa banana de ouro.

Janeth Sanchez, representante da Nova Agrolíder no evento, enquanto assistia o desenrolar do show, considerou a Edição de 2023 melhor que a anterior, apesar de participar apenas pela segunda vez, afirmando que não esperava ver o número considerável da moldura humana.

O município do Dande fez-se presente com os derivados de tomates caseiros, um produto que suscitou muito interesse dos visitantes. Francisca Maquiesse argumentou que teve essa iniciativa para mostrar o potencial do município e nisso o peixe também não ficou de fora. "Houve muitas vendas do pescado do Dande”, frisou a senhora Anastácia Gomes, outra feirante.

"A cooperativa da agricultura familiar só tem de agradecer à organização, estamos muito felizes, além da venda e exposição, tudo aqui foi uma festa, estamos muito satisfeitos” considerou a feirante, que participou pela primeira vez.

A 9ª Edição trouxe para o Mercado do Panguila vários artistas e grupos sociais e pessoas de todas as idades e todas as raças. Crianças percorriam os corredores da Feira de forma animada, enquanto os idosos aproveitavam o certame para fazer as compras das suas preferências enquanto os jovens faziam do evento mais um espaço de lazer e entretenimento. Diversas empresas, que constituem a cintura económica de Angola, estavam presentes, bem como representantes das províncias do Zaíre, Uíge e da vizinha província de Luanda.