Tecnologia
13 Junho de 2023 | 09h03

Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação estão em franco crescimento

O Presidente da República, João Lourenço, disse, segunda-feira (12), em Luanda, que o sector das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação no país se encontra em “franco crescimento”, a julgar pelos últimos projectos concluídos e outros em preparação técnica.

O Chefe de Estado fez este pronunciamento durante o discurso de abertura da 3ª edição do ANGOTIC - 2023, Fórum Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação de Angola, que arrancou no Centro de Convenções de Talatona (CCTA), com a presença de mais de 150 expositores e 200 palestrantes, entre nacionais e internacionais.
Na intervenção, destacou a construção e colocação em órbita do satélite de comunicações Angosat-2, parte do Programa Espacial Nacional, as ligações terrestres e submarinas em fibra óptica para Cabinda, os trabalhos em curso com vista ao início da construção de um satélite de observação da Terra, o projecto de expansão da Rede Nacional de Banda Larga em fibra óptica, o projecto da Televisão Digital Terrestre, a participação no consórcio do cabo submarino de fibra óptica internacional 2-África e aumento dos programas de formação para os quadros jovens.

João Lourenço indicou que, de 2021 até ao primeiro trimestre do corrente ano, o país registou um crescimento de 55% do serviço de telefonia móvel, taxa de penetração de 71%, o que representa um crescimento de 49.5%, taxa de crescimento do acesso à internet de 20%.

Na sequência das acções que o sector vem desenvolvendo para o apoio ao sector produtivo e social, o Chefe de Estado destacou o recurso a imagens de satélite para o apoio à agricultura, à produção petrolífera, ao ordenamento do território, ao mineiro, ao ambiente, ao controlo migratório ao longo das fronteiras, bem como o estudo de soluções que possam mitigar a problemática da seca que assola ciclicamente o Sul do país, em particular as províncias do Cunene, do Namibe e da Huíla.

Por outro lado, sublinhou o papel do sector das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social como alavanca para a modernização tecnológica da indústria e "propiciar o crescimento económico e social esperado e ambicionado por todos os angolanos”.

"Apesar dos recursos minerais, petróleo e gás continuarem a ser relevantes para sustentar o desenvolvimento da nossa economia, estamos a viver um novo paradigma com perspectivas de um crescimento da economia não-petrolífera, onde o sector privado é o principal actor”, ressaltou.

Redes de Banda Larga

Neste capítulo, salientou a importância das redes de banda larga que, suportada numa rede robusta de comunicações electrónicas, se tornam numa ferramenta fundamental para garantir  aos cidadãos e à sociedade o acesso aos serviços da chamada sociedade da informação.

Realçou que as redes de banda larga podem suportar serviços como a telemedicina, o ensino à distância, a governação electrónica e outros serviços associados, contribuindo para a melhoria dos indicadores de saúde, da educação, da inclusão social, da segurança alimentar, da igualdade de género e do combate à fome e à pobreza, garantindo o desenvolvimento sustentável do país.

João Lourenço apontou a visão da União Internacional das Telecomunicações, da qual Angola é Estado-membro, que no seu último relatório sobre os custos de acesso aos serviços das Telecomunicações e Tecnologias de Informação e Comunicação, de 2022, ressalta a necessidade dos custos e expansão da Internet deverem estar ao alcance do maior número possível de cidadãos do mundo, se possível de todos.

Inclusão digital

O Presidente da República enalteceu, também, o facto de a Comissão da Banda Larga, uma parceria entre a UIT e a UNESCO, colocar Angola entre os Estados que estão próximos de atingir a meta estabelecida globalmente, rumo à inclusão digital.

Para este facto, destacou a contribuição dos esforços empreendidos no domínio das Infra-Estruturas, Conectividade e Inclusão Digital, acrescentando ser "um dos eixos de acção que o Executivo estabeleceu no Livro Branco das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação 2019-2020”.

"Fruto de uma forte parceria com o sector privado, conseguimos atingir uma evolução significativa no uso de serviços digitais, desde a indústria ao comércio, à banca, aos seguros, à energia, à saúde, passando estes sectores a ser liderados, cada vez mais, pelas empresas com um forte pendor na economia digital”, assinalou.

Academia de Cibersegurança

João Lourenço anunciou, igualmente, a instalação no país de uma Academia de Cibersegurança, bem como a criação de condições regulamentares no uso das redes de telecomunicações, para garantir a segurança das redes e um serviço de telecomunicações e tecnologias de informação "seguro e robusto em defesa dos utilizadores”.

"Em parceria com as demais partes interessadas, redobramos esforços no domínio da garantia da confiança e segurança no uso das redes de serviços, com foco na protecção e defesa das infra-estruturas críticas e dos serviços vitais de informação, como também potenciar uma utilização livre, segura e eficiente do ciberespaço por parte das entidades públicas e privadas”, avançou.

No domínio da Inovação, destacou o surgimento de startups digitais "bastante dinâmicas e de sucesso”, que provam a pujança do ecossistema de empreendedorismo jovem angolano, "o qual já mereceu diversas premiações internacionais pelo grau de inovação e impacto alcançados na economia”.

Estes ganhos, enfatizou, mostram o quanto a juventude angolana está empenhada e comprometida em contribuir com o seu saber, inteligência e dedicação para o desenvolvimento do país.

Plataformas digitais

No seu entender, na Era do Digital, as tecnologias de comunicação e informação evoluíram e puseram à disposição dos utentes ferramentas potentes como os tablets e telemóveis inteligentes, sobre os quais assentam as chamadas plataformas digitais.

"Todos estes meios e recursos tecnológicos, ao fazerem de um telemóvel, de um simples telemóvel, um verdadeiro escritório volante comunicável com o mundo, ao clicar de uma tecla, fazem deles uma importante ferramenta de trabalho, de pesquisa, de investigação, de comunicação entre as pessoas, empresas e instituições, de intercâmbio cultural e científico”, afirmou.

Segundo João Lourenço, "mas como não há bela sem senão”, estes meios também podem ser usados para fins maléficos e até criminosos, para denegrir o bom nome e a honra de pessoas, organizações e instituições, para servir o crime organizado, para organizar rebeliões, motins e golpes de Estado.

No seu ponto vista, o problema não está nas plataformas digitais, nas tecnologias, softwares e aplicativos, "está no bom ou mau uso” dado pelos utilizadores, que devem ser educados desde tenra idade que uma ferramenta feita para produzir riqueza e saber, construir a paz e a concórdia, "lamentavelmente, pode também ser usada para destruir, para dividir, para semear a discórdia, criar o caos, dependendo apenas da atitude, enquanto utilizadores activos ou passivos”.

  Defesa dos nobres valores

No que diz respeito à juventude, o Presidente João Lourenço referiu que os jovens são o que se tem de mais querido, de mais valioso para o presente e futuro do país. "Vamos trabalhar permanentemente na educação moral e cívica deles, para a necessidade da defesa dos mais nobres valores da cultura e civilização cristã, para a necessidade do respeito da família, do próximo, da criança e do velho, dos símbolos nacionais e da pátria”.

O Presidente da República afirmou que a Internet, as plataformas digitais, as redes sociais devem ser utilizadas, sobretudo, para a superação académica, cultural e profissional ou para iniciar e promover os negócios.

Durante o discurso, apelou aos jovens a não desperdiçarem o tempo precioso com coisas negativas, com a propagação do boato, da mentira intencionalmente forjada, da intolerância política e do ódio.

Por último, o Chefe de Estado aconselhou os partidos políticos para que se abstenham de radicalizar os jovens, usando-os como armas de arremesso contra os seus adversários políticos e, muito menos, contra a pátria.

Visita aos stands

Ainda no ANGOTIC 2023, o Presidente da República, João Lourenço, testemunhou, igualmente, a assinatura do memorando entre Angola e a Zâmbia, no domínio da Formação de Quadros na Área de Tecnologias da Informação e Comunicação.

Na sequência, João Lourenço percorreu os diferentes stands, para ver de perto os avanços e as iniciativas que marcam o presente do país no domínio das novas tecnologias.

O Chefe de Estado, que se fez acompanhar do ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, interagiu com os vários expositores nacionais e estrangeiros, dos quais recebeu explicações sobre os projectos, tendências e inovações do mundo das Tic.

Fonte: JA