Economia
29 Maio de 2023 | 11h38

Executivo aposta na electrificação do Sul e Leste do país

O plano estratégico de electrificação do país, traçado pelo Executivo, tem como foco, para os próximos cinco anos, atender seis milhões de angolanos nas regiões Sul e Leste.

Para o efeito, o sector aposta na interligação das regiões Centro e Sul por via das províncias do Huambo e Huíla (Lubango) e o Leste, através da hidroeléctrica de Capanda, situada na província de Malanje,tendo em conta o excedente na produção de electricidade (5,6 mil megawatts).

Para o projecto do Leste, em concreto, segundo dados do Ministério da Energia e Águas (MINEA), está mobilizada uma linha que vai permitir cobrir as três províncias do Leste, nomeadamente Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico, incluindo também às províncias de Bié e Malanje.  

Para a electrificação da parte Sul, que integra o Namibe, Huíla e Cuando Cubango, existe um investimento prestes a ser aprovado, segundo o titular da pasta da Energia e Águas, João Baptista Borges.

"O importante agora é levar a produção de energia eléctrica à região Sul e Leste do país, onde ainda é utilizado o diesel para a produção de energia”, disse João Baptista Borges, realçando que o crescimento populacional exigiu que se construíssem empreendimentos capazes de atender à necessidade dos mais de 30 milhões de angolanos.

Além do foco de electrificar aquelas regiões do país, de uma maneira geral, o MINEA prevê que até 2025 metade da população angolana tenha acesso à energia eléctrica.

Este objectivo será alcançado, segundo o ministro João Baptista Borges, executando um milhão e 700 mil ligações domiciliárias, isto é, 370 mil ligações por ano, em todo território nacional.

A população angolana, actualmente, é estimada em pelo menos 33 milhões de habitantes, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE),  e os dados do MINEA indicam que 42,8 por cento da população do país já tem acesso à electricidade.

"Neste momento, o país está bem na produção de energia eléctrica, mas há constrangimentos no domínio do transporte e distribuição, afirmou, recentemente, o ministro do sector, por ocasião da visita do Presidente da República a Caculo Cabaça – o maior empreendimento hidroeléctrico (2,127 mil Megawatts) em construção no país.

Hidroeléctricas do país

Actualmente, as fontes hídricas do país são suportadas por cerca de 10 barragens hidroeléctricas: Cambambe, Mabubas, Capanda, Luachimo, Biópio, Luquixe, Lomaum, Gove, Matala e Laúca, além de Caculo Cabaça, cujas obras arrancaram em 2017.

Relativamente às energias térmicas, dados da Empresa de Produção de Electricidade (PRODEL) indicavam a existência, no seu parque de produção, 42 centrais, das quais sete  centrais a turbinas, caracterizadas por empregar turbinas como máquinas primárias de accionamento dos Rotores dos Alternadores.

Sobre as fontes híbridas, a única referência existente no país tem a ver com o Ciclo Combinado do Soyo, que possui capacidade instalada de 750 MW.

Integra, igualmente, a matriz energética do país, as fontes solares que produzem 300 megawatts, na província de Benguela, de acordo com declarações do ministro João Baptista Borges, a 14 deste mês.

Entretanto, existem projectos de fontes eólicas em curso no país, como o que está a ser construído na província do Namibe, região sudoeste de Angola.

A capacidade actual do país já supera 5 630 megawatts de há três anos, assim como a sua demanda, quer doméstica, quer industrial, que se situava, em igual período, em 1 957 MW.

Com excepção de Caculo Cabaça, que será concluído em 2028, mas a sua primeira turbina entra em funcionamento em 2026, com uma capacidade de cerca de 530 Megawatts, Laúca, em funcionamento pleno desde 2020, é, actualmente, a maior central hidroeléctrica de Angola.

Esta central situa-se na província de Malanje e produz 2 070 Megawatts de electricidade, mais da metade do agregado de electricidade produzida no país.

Dia Mundial da Energia (29 de Maio)

A data foi criada no ano de 1981, em Portugal, pela Direcção Geral de Energia e Geologia, com o objectivo de sensibilizar e motivar as pessoas quanto à necessidade de poupar energia, além de alertar sobre os seus impactes ambientais e a importância de preservar os recursos naturais.

A efeméride também é importante para promover as energias renováveis. E, nesse âmbito, Angola prevê elevar, até 2025, as fontes de energias limpas para 70 por cento, superando a actual cifra calculada em 62%.

O Executivo angolano tornou público este objectivo em 2021, na 26ª Conferência das partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, realizada em Glasgow, Reino Unido.

Além de elevar a produção de energias limpas ou não poluentes, o país precisa educar a população sobre o modo de consumo, tendo em conta necessidade de poupança, de manutenção do meio ambiente e de conservação dos recursos da natureza.