Internacional
04 Maio de 2023 | 14h44

Kremlin responderá a "ataque terrorista ousado e arrogante" de Kyiv

O embaixador da Rússia nos EUA criticou Washington, após o chefe da diplomacia norte-americana ter referido que encarava as acusações "com muita cautela".

O embaixador da Rússia nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, garantiu, na quarta-feira, que Moscovo irá "responder" ao alegado ataque "ousado e arrogante" da Ucrânia contra o Kremlin e acrescentou que espera que Washington "tenha força e dignidade para condenar este ataque terrorista". 

Em causa está uma declaração do Kremlin, que acusa as autoridades ucranianas de terem tentado assassinar o presidente russo, Vladimir Putin, num ataque com dois ‘drones’ levado a cabo contra a sede da presidência. 

"Como é que os americanos iriam reagir se um determinado drone atingisse a Casa Branca, o Capitólio ou o Pentágono? A resposta para qualquer político, e mesmo para um civil, é óbvia: o castigo será duro e inevitável. A Rússia responderá a um ataque terrorista ousado e arrogante", garantiu, em declarações à agência de notícias TASS. 

Antonov sublinhou ainda que o Kremlin irá responder "quando julgar necessário" e "consoante as avaliações da ameaça que Kyiv criou" para a liderança da Rússia. 

O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, afirmou encarar "com muita cautela" as declarações da Rússia e não ter conhecimento do alegado ataque. 

Para o diplomata russo, as declarações de Blinken "são absurdas e impressionantes ao nível do cinismo". "Aqui [nos EUA] não acham possível reconhecer o óbvio - um acto terrorista planeado pelo regime de Zelensky e um atentado contra a vida do presidente da Federação Russa", considerou. 

"Blasfémias e mentiras foram as teses de que este ataque terrorista teria sido uma ‘operação de bandeira falsa’. Ou seja, foi a própria Rússia que organizou a provocação contra o coração do nosso Estado?", questionou. 

Antonov espera agora que o governo de Washington "tenha força e dignidade para condenar este acto terrorista".

Sublinhe-se que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já garantiu que Kyiv não é responsável pelo alegado ataque. "Não atacamos nem Putin, nem Moscovo", asseverou, acrescentando que a Ucrânia está a "defender-se" e "apenas combate" no seu território.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 14 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

Fonte: NM