Internacional
01 Maio de 2023 | 16h37

Cabo Verde. PR quer políticas para melhorar a vida dos trabalhadores

O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, chamou hoje atenção para a força e vantagens da união dos trabalhadores do país, para manterem a esperança na implementação de políticas "mais afirmativas" para melhorar as suas vidas.

"apesar de o retrato da realidade não corresponder ao que seria desejável para uma grande franja dos trabalhadores, estes devem ter consciência da sua força e das vantagens da sua união, mantendo sempre a esperança de que serão implementadas políticas mais afirmativas, e que melhores dias virão", escreve José Maria Neves, numa mensagem dirigida aos trabalhadores do país, no âmbito do 1.º de Maio.

O chefe de Estado notou que a situação socioeconómica dos trabalhadores cabo-verdianos neste último ano foi de muito sacrifício, tal como em anos anteriores, em que a inflação vem degradando, de forma continuada, o poder de compra dos trabalhadores.

O cenário é, também, de acentuado desemprego e de precarização dos empregos, com muitos trabalhadores a sentirem-se desamparados, com as suas famílias a passarem por muitas dificuldades, frisou, pedindo as autoridades para serem "mais assertivas, mais metódicas e mais organizadas" para eliminarem as disfunções do presente.

Entre elas, apontou a deficiente conectividade entre as ilhas, que tem constituído um fator inibidor do desenvolvimento do arquipélago. "É um quadro que reduz drasticamente a atividade económica, cerceando as potencialidades de negócios, enfraquecendo a dinâmica de comércio, com todos os efeitos negativos daí advenientes".

Para José Maria Neves, os trabalhadores cabo-verdianos já deram "bastas provas" da sua capacidade de resiliência e de superação, tendo ultimamente, consentido muitos sacrifícios e perdas.

"E anseiam pela recuperação dos seus rendimentos e do poder de compra, para benefício das suas famílias, o que só acontecerá na sequência de um impulso mais forte na economia, revitalizando-a", sugeriu.

"Face à presente conjuntura, os trabalhadores devem reconhecer a necessidade de um "djunta mon" (união) na defesa das conquistas e dos direitos, com vista à superação deste momento mais difícil, da defesa de uma vida mais digna", continuou Neves.

Referindo que o país chegou ao actual estádio de desenvolvimento graças ao "trabalho abnegado" de sucessivas gerações de cabo-verdianos, o Presidente da República chamou atenção para a "relevância" dos sindicados, quando a precariedade laboral ganha terreno.

"Quanto mais unidos estiverem os trabalhadores, inscritos em sindicatos, e quanto mais fortes forem esses sindicatos, tanto melhor os interesses dos trabalhadores serão defendidos", entendeu o mais alto magistrado da Nação cabo-verdiana, pedindo aos representantes para evitarem "atritos e falsas divergências, concentrando-se na defesa dos direitos dos trabalhadores".


Fonte: NM