Sociedade
27 Março de 2023 | 16h55

Lubango tem oito prédios em risco de ruir

Pelo menos oito edifícios antigos e imponentes, do município do Lubango, província da Huíla, inspiram manutenção permanente, sob pena de comprometer a estrutura e desabarem, dizem as autoridades.

O problema se arrasta por mais de 20 anos, mas a queda de um edifício, na semana passada na rua Comandante Valódia, em Luanda, reacendeu o debate sobre o assunto, sobretudo por tratar-se de estruturas privadas, cujos proprietários negligenciaram as manutenções.

Todos estão fixados no casco urbano e de entre eles destaca-se o edifício dos Laureanos (o maior da província, com mais de 60 apartamentos), o Armazéns do Porto, o Maconge, o Bambu, o da Identificação e o da Conservatória da Huíla.  

Ao todo, perto de 800 pessoas correm o risco permanente de vida, sobretudo no dos Laureanos, com a base tomada por águas paradas e do Armazéns do Porto, que há 25 anos perdeu dois dos seus pilares de sustentação frontal num acidente que envolveu um camião militar.

Em entrevista à ANGOP hoje, segunda-feira, no Lubango, o director do Gabinete Provincial de Infra-Estruturas e Serviços Técnicos da Huíla, Rosário Ima Panzo, referiu que os edifícios citados são os que mais inspiram cuidados.

Declarou que em função disso, têm trabalhado com os moradores e as administrações do bairro e do município, no sentido de manterem em bom estado de conservação os sistemas de esgotos, saneamento, hidráulicos e de electricidade, que acabam por ser os elementos principais para a corrosão das fundações.

Reforçou que são edifícios que para além de serem antigos precisam de manutenção dos seus elementos principais e estruturais, o que tem tido uma constante por parte das autoridades há mais de seis anos.

"Os edifícios já foram alistados e a situação comunicada a Luanda e temos tido indicações, no sentido de monitorar o estado de conservação. Recebemos uma equipa do Laboratório de Engenharia de Angola que fez as aferições necessárias e deixou as recomendações”, explicou.

Frisou que a maior parte desses edifícios são privados, os seus apartamentos foram alienados no âmbito da venda do património habitacional do Governo, mas sendo estruturas em que habitam famílias ou pessoas, é sempre de interesse público.

Esclareceu que a Huíla não tem um edifício que de forma alarmada tem o risco eminente de desabar, sendo que o que mais preocupa é o dos Laureanos, que também tem recebido intervenções pontuais para alargar o teu tempo de vida, mediante o escoamento das águas na base e por detrás do edifício.

Rosário Ima Panzo salientou que em outros municípios da Huíla não há edifícios em risco, com o tal, embora a Matala e a Jamba tenham  prédios com algum porte, as preocupações com os do Lubango são maiores.

"Os edifícios que foram feitos há mais tempo têm maior garantia porque não existia vício nos materiais e elementos de betão. Tinha mais controlo da qualidade do cimento, aço, daí é difícil precisar o seu tempo de vida, somente uma monitoria permanente ajuda”, acrescentou.

Fez saber que o município ainda não teve nenhum prédio em colapso e a Huíla tem técnicos, a nível de engenharia e arquitectura que trabalham na avaliação dos processos técnicos das estruturas.  

Rosário Ima Panzo apelou os moradores a fazerem o uso correcto das serventias, redes técnicas de água, de saneamento e sua manutenção permanente para que os elementos estruturais do edifício mantenham-se secos, sem humidade e possam ter um período mais longo de vida.

O município do Lubango, capital da província da Huíla tem uma população estimada em  um milhão e 20 mil 052 habitantes, repartida nas suas cinco comunas, nomeadamente a sede, Arimba, Hoque, Quilemba e Huíla. EM/MS

Edifício dos Armazéns do Porto, no Lubango © Fotografia por: Amélia Oliveira - ANGOP

Fonte: Angop