Internacional
14 Março de 2023 | 11h45

Presidente Vladmir Putin pode participar da Cimeira do G20

O Kremlin admitiu, segunda-feira, que o Presidente russo, Vladimir Putin, possa estar presente na Cimeira do G20, em Setembro, na Índia, sublinhando no entanto que não foram tomadas decisões definitivas para este fim.

"Isso não se pode descartar”, disse o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, na conferência de imprensa diária, realizada por telefone, confirmando, a propósito, que "ainda não foram tomadas decisões”

"A Rússia continua a participar plenamente no formato do G20, e temos a intenção de manter” a participação, sublinhou o porta-voz.

A Cimeira do G20 está marcada para os dias 9 e 10 do próximo mês de Setembro, em Nova Deli. No ano passado, o Chefe de Estado russo não esteve presente na cimeira dos 19 países mais industrializados do mundo e do bloco da União Europeia, que se realizou na Indonésia, fazendo-se representar pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov.

Em 2020 e em 2021, antes da operação especial desencadeada contra a Ucrânia, o Presidente russo participou remotamente nas reuniões de Chefes de Estado do G20.

A última vez que Vladimir Putin participou, presencialmente, numa cimeira do G20 foi em 2019, no Japão. De lá para cá, as relações políticas e diplomáticas da Rússia com os principais parceiros como os Estados Unidos da América, Reino Unido e o bloco da União Europeia foram se complicando.

A forma como os actores interpretam os fenómenos políticos actuais e os conflitos militares no Iraque e na Síria estiveram na base do esfriamento dos ânimos, situação que se agravou com a guerra na Ucrânia, em que os Estados Unidos e a União Europeia mantêm uma posição de força perante as investidas russas.

 

Batalha de Bakhmut

A batalha por Bakhmut continua a ser o foco das atenções da guerra e, ontem, o ‘think tank’ norte-americano Institute for the Study of War (ISW) deu conta de um "pico” no deterioramento das relações entre o grupo Wagner e o Kremlin, com os russos a alegadamente "gastarem” soldados da milícia armada para reduzir a sua influência.

 

Exército ucraniano

Na Ucrânia, o Exército indicou, ontem, que se verificam "violentos combates na região de Bakhmut”.

A Rússia refere, igualmente, através da empresa de mercenários Wagner, que se registam combates no centro de Bakhmut pelo controlo da cidade.

"Os russos estão a atacar em várias direcções avançando para os quarteirões centrais (de Bakhmut), disse primeiro o Exército ucraniano num comunicado de imprensa. Entretanto, Yevgeny Prigozhin, dono da empresa de mercenários russa Wagner envolvida no cerco à cidade ucraniana disse que há combates na zona centro.

"Estamos cada vez mais perto do centro da cidade. Os combates são cada vez mais duros”, disse o empresário russo a soldo de Moscovo.

As informações sobre a situação no centro da cidade de Bakhmut não foram ainda acompanhadas por fontes ou meios independentes.

Fora da Ucrânia, do lado russo, o autarca da cidade russa de Belgorod denunciou um ataque aéreo contra a região, com quatro mísseis abatidos pela defesa - o líder local não especificou se os mísseis eram ucranianos, mas situações anteriores levaram a acusações contra o Governo de Kiev.

Na Geórgia, perante uma vaga de protestos pró-União Europeia e anti-corrupção, o primeiro-ministro do país deixou um aviso à Ucrânia, alertando contra uma "intervenção directa” e pedindo ao Governo ucraniano que "tome conta de si e do seu país”.

No entanto, o derrube dos quatro mísseis sobre a região de Belgorod, junto à fronteira com a Ucrânia, fez pelo menos um ferido. "O nosso sistema de defesa antiaéreo funcionou em Belgorod. Quatro mísseis foram derrubados", disse o governador da região russa num texto difundido através da rede digital de mensagens Telegram.

Gladkov indicou que, apesar da defesa ter funcionado, "uma mulher ficou ferida" na cabeça tendo sido transportada para o hospital.

Os fragmentos dos mísseis provocaram, igualmente, danos em edifícios residenciais.

A região russa faz fronteira com o território ucraniano de Kharkiv. Os relatos do governador russo ainda não foram verificados por fontes e meios independentes.

Fonte: JA