Os testes surgem menos de um dia depois de os Estados Unidos e da Coreia do Sul iniciarem exercícios entre as forças militares dos dois países, que deverão durar onze dias, tornando-se no maior exercício dos últimos cinco anos.
Ao mesmo tempo, os EUA, a Austrália e o Reino Unido chegaram a um acordo para trocar tecnologias defensivas, para a venda de submarinos nucleares ao Reino Unido e o fornecimento dos mesmos veículos às forças australianas.
Este acordo, que juntou os três líderes em Washington D.C., tem como objetivo estar mais atento aos movimentos da China e restringir as suas actividades no Sudeste Asiático e na Oceânia.
À ABC News, um investigador no Asan Institute, em Seul, afirmou que estes dois eventos motivaram os testes pelo regime de Pyongyang. "Eles querem dizer ao mundo que também eles estão a desenvolver mísseis balísticos lançados a partir de submarinos, e a capacidade militar dos seus submarinos também é perigosa", afirmou Go Myong-Hyun.
Já Park Won-gon, professor de estudos norte-coreanos na universidade Ewha Womans University, disse à emissora norte-americana que o AUKUS, o acordo entre EUA, Reino Unido e Austrália, é "uma boa desculpa para a Coreia do Norte justificar as suas ambições nucleares".
"Apesar dos submarinos do AUKUS não carregarem ogivas nucleares como as que Pyongyang ambiciona desenvolver, os submarinos são movidos a energia nuclear. Portanto a Coreia do Norte pode argumentar que é um duplo critério", explicou o investigador.
A par do acordo, também a China mostrou-se enfurecida pelos três aliados ocidentais, afirmando que o bloco "anglo-saxónico envolve a transferência ilegal de materiais nucleares", considerando-o "essencialmente como um acto de proliferação nuclear".
A compra de armas nucleares pela Austrália está proibida segundo o Trato de Não-Proliferação de Armas Nucleares, mas o país, assim como outras nações, tem explorado a falta de especificidade na linguagem do tratado para desenvolver e comprar submarinos movidos a energia nuclear.
Fonte: NM