Recentemente, pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) conduziram um trabalho experimental in vitro que confirmou, pela primeira vez, a hipótese matemática do pesquisador do MIT. Os resultados do experimento foram compartilhados no repositório online bioRxiv em versão preprint, o que significa que ainda não foi revisado por pares.
Um dos autores do trabalho brasileiro, o professor e pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) Odemir Bruno afirmou à Agência FAPESP que, além de validar a hipótese americana, a equipe da universidade paulista percebeu na solução de Wierzbicki uma alternativa "para revolucionar o combate à pandemia da covid-19", além de outras doenças virais.
Para viabilizar o experimento e comprovar a hipótese do professor Wierzbicki, Bruno fez uma parceria com a USP de Ribeirão Preto. A metodologia dos pesquisadores consistiu em testar diversos aparelhos de ultrassom, em busca de um que tivesse frequências capazes de penetrar a pele humana e, ao mesmo tempo, entrar em ressonância e quebrar a carapaça e o "espinho" do vírus.
Em uma entrevista para a Assessoria de Comunicação do IFSC, o pesquisador reconheceu: "Tivemos a sorte de encontrar um único equipamento hospitalar que emite essa exata frequência [5/10 MHz]. Conseguimos demonstrar experimentalmente que a técnica funciona in vitro, sendo muito eficaz na inativação do vírus e na redução drástica da carga viral. Vamos ter que realizar muitos procedimentos ainda para compreender melhor o fenômeno."
O próximo passo agora é saber exatamente o local da "casca" do vírus que quebra com o ultrassom e quais as consequências dessa ruptura para os pacientes. Nesse sentido, diversos experimentos in vivo com animais estão sendo conduzidos e, somente após a conclusão desses estágios, e se forem bem-sucedidos, os testes clínicos com humanos poderão ser iniciados, diz Bruno.
Fonte: TecMundo