De acordo com Mbeto Traça, quando se fala da luta, lembra-se apenas de nomes sonantes, como Agostinho Neto, Lúcio Lara e Hoji ya Henda. "Houve outras pessoas anónimas que participaram e possibilitaram que esta luta avançasse e se vencesse”, esclareceu, tendo destacado o importante papel desempenhado pelas Forças Armadas.
A maior parte dos países, disse o general, tem as Forças criadas antes das guerras, facto que referiu não ter acontecido com Angola, que construiu as suas forças militares combatendo. "Éramos obrigados a combater e a construí-las”, acrescentou o homenageado do mês, ressaltando que o primeiro exército militar criado pelo MPLA foi a EPLA, que deixou de existir em 1962.
Em 1974, segundo Mbeto Traça, foram criadas as FAPLA, que ajudaram a conquistar a Independência Nacional, que, por sua vez, fez face às agressões sul-africanas, no período de 1975 até 1992, foram o exército que deu corpo às actuais FAA.
"Este percurso do EPLA às FAPLA foi extremamente importante, porque marcou a formação das primeiras unidades, que foram evoluindo e passamos a ter artilharia”, contou. Mbeto Traça aborda as diferentes fases das unidades militares, as pessoas que estiveram envolvidas na luta, integradas no exército formado em plena marcha do conflito. "Aprendemos a combater, combatendo”, reiterou, esclarecendo que o exército foi formado depois de entrar para a guerra.
"A guerra começou primeiro e as Forças Armadas foram criadas depois”, elucidou o autor "Das EPLA às FAPLA”, um livro mais amplo que aborda o percurso das Forças Armadas e, de um modo muito geral, as incidências da Luta de Libertação Nacional.
Na obra, o general refere-se às pessoas que nela participaram. Arlindo Isabel, director-geral da Mayamba Editora, responsável pela publicação das obras, justificou a homenagem ao autor dos livros, pelo facto de estarem inseridas na colecção Bibliotecas da História.
Fonte: JA