Política
22 Fevereiro de 2023 | 10h26

Kwenda prepara inclusão de mais famílias vulneráveis

O director do Instituto de Desenvolvimento Local (FAS), no Cuanza-Norte, Lourenço Matias, disse que as famílias do sector de Cabinda, município de Golungo-Alto, e de outras comunidades vão ser inseridas noutras fases do programa de Transferências Sociais Monetárias (Kwenda).

Lourenço Matias informou que o Kwenda vai abranger o maior número de famílias possíveis e que os cidadãos, que não foram cadastrados na primeira fase, serão incluídos posteriormente, desde que se prove a razão da ausência na comunidade, na altura do cadastramento e grau de vulnerabilidade.

O responsável falava à imprensa, recentemente, a propósito de reclamações de muitos cidadãos vulneráveis que não beneficiam do programa, porque na altura do cadastramento estavam ausentes da comunidade por diversas razões, como doença e trabalhos agrícolas.

 "Nós entendemos que existem muitas pessoas em situação de vulnerabilidade, mas a verdade é que o programa tem fases. Houve uma fase de cadastramento e agora a de pagamento ", esclareceu, informando que posteriormente haverá recadastramento para os cidadãos que necessitem de apoio.

Após cerca de três meses de paralisação, o Instituto de Desenvolvimento Local (FAS) retomou, na quinta-feira, no município do Golungo Alto, o processo de pagamento de prestações pecuniárias a famílias vulneráveis, em várias localidades da circunscrição.

O programa reiniciou com a atribuição de apoio financeiro no valor de 51 mil kwanzas a 2.172 agregados familiares nas comunas de Kiluanje, Cerca e Cambondo, dos 4.511 cadastrados em 2022 no município. Segundo o director do FAS no Cuanza-Norte, Lourenço Matias, na primeira fase, foram assistidos 2.339 agregados na sede municipal do Golungo-Alto.

 

Apoio semestral

As famílias seleccionadas estão a receber apoio financeiro referente a seis meses, no valor de 8.500 kwanzas por mês, através de cartões multicaixa. O programa já cadastrou na província 20.712 famílias em quatro municípios.

Numa primeira fase, estão a ser contempladas famílias vulneráveis dos municípios de Quiculungo, onde 2.246 agregados estão a ser contemplados, Golungo Alto, com 4.511 famílias e Ambaca, 12 mil e 398 famílias.

No município da Banga, 1.747 agregados aguardam as transferências monetárias.

Na província do Cuanza-Norte, o FAS dispõe de uma carteira de 956 milhões e 862 mil kwanzas, destes valores 405 milhões e 246 mil já foram distribuídos.

O Kwenda é um Programa do Executivo angolano que visa criar políticas de apoio às famílias mais pobres e em situação de vulnerabilidade no país.

Avaliado em 420 milhões de dólares, é financiado em USD 320 milhões pelo Banco Mundial e USD 100 milhões, provenientes do Tesouro Nacional.

O Programa é operacionalizado pelo FAS, agência governamental dotada de personalidade jurídica, autonomia financeira e administrativa, que, em coordenação com outros programas de combate à pobreza, contribui para a promoção do desenvolvimento sustentável das comunidades. Além das transferências sociais monetárias, o Kwenda tem ainda as componentes da Inclusão Produtiva, Municipalização da Acção Social, através da criação dos Centros de Acção Social Integrados (CASI) e o Fortalecimento do Cadastro Social Único.

Está em curso desde 2020, com o fim de apoiar em todo o país 1.608.000 famílias angolanas em situação de pobreza e vulnerabilidade.

  Anciãos realçam importância da assistência aos cidadãos

Vários anciãos no municipio do Golungo Alto, província do Cuanza-Norte, enalteceram a iniciativa do Executivo angolano em implementar o Programa de Transferências Sociais Monetárias (Kwenda).

Em declarações à Angop, os idosos consideraram que o programa está a mitigar algumas carências económicas e sociais que muitas famílias vivem por falta de recursos.

Icemo Mateus José, ancião de 71 anos, considerou que o Governo teve boa iniciativa pelo facto de muitas famílias no país viverem sérios problemas de pobreza.

Disse que os 50 mil kwanzas que recebeu vão ajudá-lo na aquisição de um colchão para dormir confortavelmente, bem como outros pertences para uso pessoal.

Esperança Afonso, outra anciã de 71 anos, explicou que  vai investir o dinheiro na produção agrícola, pagando trabalhadores, em função da sua condição física, fruto da idade e de longos anos de trabalho.

A idosa augura que o Governo continue a apoiar as famílias vulneráveis com bens de primeira necessidade.

João Manuel Ribeiro, de 70 anos de idade, contou que com o dinheiro comprará chapas de zinco para ampliar a sua casa.

Para João Ribeiro, a iniciativa do Governo é muito boa, particularmente para os deficientes, idosos e órfãos.

Já Maria Domingos Mateus, 56 anos, precisou que a família carece de utensílios domésticos como panelas, pratos e talheres, assim como de medicamentos para o tratamento da sua mãe que se encontra doente.

 Considerou que com as transferências monetárias, essas necessidades serão mitigadas .

Lourenço Domingos, de 76 anos, espera que o programa seja mais abrangente, porque existem nas comunidades muitas famílias carentes, em consequência do longo período de guerra que o país viveu. Domingas Francisco Correia, 50 anos, deu conta que com o dinheiro comprará uma botija de gás, um fogão e meios de produção como catana, enxada e sacho.

Fonte: JA