Ciência
09 Fevereiro de 2023 | 16h51

Cérebro mais antigo de vertebrado já encontrado tem 319 milhões de anos

Cientistas descobriram o cérebro fossilizado de um animal que viveu há cerca de 319 milhões de anos, conquistando o recorde do cérebro mais antigo recuperado de um animal vertebrado.

O estudo foi publicado na revista científica Nature, realizado por pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

O fóssil é de um dos primeiros peixes com nadadeiras raiadas, o Coccocephalus wildi, mas a descoberta não é tão nova assim. A realidade é que o peixe foi encontrado em uma mina de carvão há quase um século, contudo, durante a nova pesquisa os cientistas realizaram uma tomografia computadorizada e descobriram que o processo de fossilização também aconteceu nos tecidos moles de dentro do crânio do animal.

Ao examinar o peixe pré-histórico, os pesquisadores detectaram uma pequena bola brilhante em seu crânio, semelhante a um cérebro. A partir daí, eles começaram a desconfiar que o processo de fossilização também ocorreu no interior do crânio e, dessa forma, manteve o cérebro do peixe em processo de conservação.

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Cérebro fossilizado

"Ele tinha todas essas características e eu disse a mim mesmo: 'é realmente um cérebro que estou vendo?' Então, ampliei aquela região do crânio para fazer uma segunda varredura de alta resolução e ficou muito claro que era exactamente o que tinha que ser", disse um dos coautores do estudo, Matt Friedman, em nota da Universidade de Michigan.

Até então o detentor do recorde era um tubarão que viveu há cerca de 300 milhões de anos, mas os cientistas também já encontraram outros cérebros fossilizados em boas condições. O órgão mais antigo encontrado é o coração de um peixe que viveu há cerca de 380 milhões de anos.

Conforme sugerem os pesquisadores, o peixe foi preservado sob sedimentos logo após sua morte, em um local com pouquíssimo oxigênio — por isso, além de seu corpo, o cérebro também foi fossilizado. A descoberta fornece uma nova luz aos cientistas, pois esse processo pode acontecer mais do que eles acreditavam e, por isso, os próximos estudos com peixes fossilizados devem incluir os novos métodos usados nesta pesquisa.

Fonte: TecMundo