Educação
13 Outubro de 2022 | 16h49

MED considera técnico-profissional alternativa para diversificação económica

A ministra da Educação, Luísa Grilo, apontou, esta quinta-feira, em Frankfurt (Alemanha), a formação técnica e profissional como uma das alternativas para impulsionar a diversificação da economia angolana, facto que a atribui uma importância acrescida no seu Programa de Governação.

A governante, que discursava no 2º Fórum Germano-Africano sobre ensino e formação técnico-profissional, referiu que o ensino secundário técnico-profissional é o fundamento do Sistema de Educação e Ensino, pois assegura uma preparação técnica e profissional dos indivíduos, necessária para a conclusão de cada um dos seus ciclos, para a sua inserção no mercado de trabalho, sem prejuízo da possibilidade da continuidade de estudos no Ensino Superior.

"Trata-se, do estabelecimento de um novo paradigma educacional capaz de absorver as influências das novas tecnologias relacionadas com o modo de funcionamento do mercado do trabalho que tornam os processos produtivos e padrões de qualidade cada vez mais exigentes, competitivos e especializados”, frisou a ministra.

Em Angola, o ensino secundário técnico-profissional está estruturado em dois níveis, nomeadamente formação técnica básica (com duração de 3 anos- 7ª, 8ª e 9ª classes), frequentado por alunos dos 12 aos 14 anos de idade, podendo também ingressar nela alunos com até 17 anos de idade.

Inclui ainda a formação média técnica (com a duração de 4 anos-10ª, 11ª, 12ª e 13ª classes), é frequentada por alunos a partir dos 15 anos de idade.

Este subsistema de ensino visa formar técnicos básicos e médios em domínios estratégicos da economia nacional, promover a constituição de uma fileira efectiva de educação-formação para o ensino técnico e tecnológico, incentivando a formação de técnicos, engenheiros e tecnólogos e promover o ajustamento quantitativo e qualitativo entre as necessidades de mão-de-obra qualificada e a oferta formativa.

Angola conta com uma rede de instituições do ensino técnico-profissional que ronda às 442, sendo 17 escolas públicas (formação profissional básica), 113 instituições públicas de formação média técnica, 16 instituições médias técnicas público-privadas e 296 instituições privadas.

Em relação a oferta formativa, a ministra apontou 26 áreas de formação criadas, sendo  22 em funcionamento e 4 sem funcionamento.

No total, o país com  261 cursos, dos quais 128 em funcionamento e 133 sem funcionamento.

O quadro estratégico nacional da política de formação, segundo Luísa Grilo, rege-se pela  Estratégia Nacional de Formação de Quadros (ENFQ), Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-2022 e o  Plano Nacional de Formação e Gestão do Pessoal Docente (PNFGPD).

No domínio da digitalização do ensino, a ministra adiantou que, apesar do registo de algumas iniciativas no sentido da utilização das TICs no processo de ensino-aprendizagem, das quais ressalto a criação da plataforma a Xilonga, desenvolvida, alimentada e gerida pelo Ministério da Educação, ainda há um longo acaminho a percorrer.

O Ministério da Educação (MED), em parceria com a Unitel, está a desenvolver igualmente o Projecto Escola Virtual Eunice de Carvalho, que tem como objectivo oferecer aos professores do ensino primário uma oportunidade em literacia digital.

Para contribuir no processo de empregabilidade sustentável e aproveitar o dividendo demográfico, Angola tem trabalhado com Estados, organizações internacionais e sector privado, com maior destaque para a UE, Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD),PNUD e UNICEF, Bureau Internacional de Educação da UNESCO e o  Banco Africano do Desenvolvimento (BAD).

Já no sector privado, o destaque recai para  as empresas petrolíferas, de telecomunicações e outras que garantem os estágios curriculares supervisionados aos alunos do ensino técnico e profissional.

Conforme a ministra, a diversificação da oferta formativa em articulação com o mercado de trabalho exige a abertura de parceiros que possam garantir estágios pré-profissionais para as componentes práticas, técnica e tecnológica para os diferentes cursos.

Luísa Grilo adiantou que a colaboração Germano-Africana, nos próximos anos, poderá cingir-se no desenvolvimento de programas de formação para os sectores da economia determinantes para a África, conforme evidenciado na Agenda 2063.

Ministra da educaçao, Luisa Grilo © Fotografia por: Francisco Miúdo (Angop)

Fonte: ANGOP