COVID-19
10 Outubro de 2022 | 17h29

Casos multiplicam-se e China volta a impor confinamentos

O novo surgimento de casos de Covid-19 acontece a uma semana do comité do Partido Comunista Chinês em Pequim.

Várias cidades chinesas voltaram a impor confinamentos e restrições às viagens depois do número de novos casos de Covid-19 voltar a crescer durante o fim de semana. As medidas surgem a cerca de uma semana do comité do Partido Comunista Chinês (PCC), em Pequim.

A China continua a implementar uma política de 'covid zero', que essencialmente consiste em dar prioridade a respostas rápidas ao surgimento de surtos, através de confinamentos e restrições, em vez de apostar mais na vacinação da sua população, a maior do mundo. Isto apesar das várias entidades de saúde, incluindo a Organização Mundial de Saúde, alertarem que o método não tem demonstrado resultados positivos.

Segundo a Associated Press, citando a televisão estatal chinesa CCTV, o primeiro confinamento surgiu ao início do dia, na cidade de Fenyang, no norte da China, onde foi registado um caso durante uma testagem em massa. Também no Norte, na Mongólia Interior, a capital de província de Hohhot registou 2.000 casos nos últimos 12 dias, e decidiu proibir a entrada de veículos e passageiros de fora para dentro da cidade, a partir de terça-feira.

O número de novos casos começou a crescer após o Dia Nacional, comemorado a 1 de outubro, apesar das autoridades de Pequim terem desencorajado as viagens entre províncias. O número de casos diários saltou de 600 para 1.800 nos últimos dias.

Estas respostas surgem nas vésperas do importante comício do PCC, que governa o país desde a revolução dos anos 40 e vitória das forças de Mao Tse Tung na Guerra Civil Chinesa. O partido, liderado por Xi Jinping - que espera reter a liderança -, está preocupado com o ressurgimento da pandemia numa altura em que procura projetar imagens de normalidade e de combate eficaz contra a Covid-19.

No entanto, além de não estar a combater eficazmente a pandemia, a política de 'covid zero' tem afetado também a economia chinesa, principalmente devido às restrições em grandes centros comerciais, como Xangai, e nas pequenas empresas. Segundo a Associated Press, há uma expectativa que o PCC decida levantar algumas medidas restritivas.

Além de casos no norte do país, a província de Xinjiang, onde os ataques chineses contra a minoria étnica uigur têm motivado condenações na ONU, também registou várias centenas de novos casos. E em Xangai, que tem passado por vários confinamentos, anunciou que duas províncias irão decretar o encerramento de locais de lazer, como cinemas e teatros, a partir desta segunda-feira.

Fonte: NM