Uma ponte metálica, de 85 metros de comprimento e seis de largura, vai ser instalada sobre o rio Mpaley Mpaley, município do Nancova, no quadro da carteira de acções do Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território (MINOPOT).
A empreitada, orçada em 748 milhões de kwanzas, será executada num prazo de quatro meses por uma empresa de direito angolano, que irá executar os trabalhos em três fases, mormente desmontagem da estrutura metálica da ponte de 85,014 metros de extensão sobre o rio Cuito, transportação para o município de Nancova e posterior montagem sobre o Mpaley Mpaley.
A cerimónia de assinatura do contrato para este trabalho foi presidida pelo director-geral adjunto do Instituto Nacional de Estradas (INEA), Manuel Lituai, e testemunhada pelo vice-governador do Cuando Cubango para o sector Técnico e Infra-estruturas, João Bonifácio Cassanga.
Manuel Lituai considerou que a consignação da obra para implementação de uma ponte sobre o rio Mpaley Mpaley, que gerou mais de 23 postos de trabalho, marca o primeiro passo para a retirada dos munícipes do Nancova do isolamento total que perdura há décadas.
O director-geral adjunto do INEA disse que o segundo passo para o êxito deste desiderato será a construção de uma ponte sobre o rio Longa, para ligar por estrada a localidade do Mpaley Mpaley e a sede do município do Nancova, onde uma equipa da instituição já trabalha na execução dos projectos, para, posteriormente, efectuar-se o lançamento do concurso público para a adjudicação da empreitada.
"Temos a consciência das dificuldades que existem para o acesso por via terrestre ao município de Nancova, e tudo faremos para que as obras possam ser concluídas, pois, a mobilização de recursos financeiros para o pagamento do empreiteiro tem sido um dos grandes constrangimentos”, disse.
Sem avançar um horizonte temporal para a construção de uma ponte na travessia do rio Longa, Manuel Lituai disse que um dos grandes desafios do Ministério é resolver os problemas que muitos municípios do Cuando Cubango têm, no que concerne aos acessos.
O vice-governador do Cuando Cubango para o sector Técnico e Infra-estruturas, João Bonifácio Cassanga, ressaltou que a edificação da ponte sobre o rio Mpaley-Mpaley representa um grande ganho para as populações de Nancova e do Cuito Cuanavale, apesar do muito ainda que falta para melhorar as vias de acesso entre estas localidades.
João Bonifácio Cassanga disse que a implementação da ponte metálica sobre o rio Mpaley-Mpaley é um dos passos importantes que o Governo está a dar para o melhoramento da circulação de pessoas e bens entre as localidades do Cuito Cuanavale e Nancova.
"O passo a seguir será a reabilitação da estrada, num percurso de mais de 155 quilómetros”, anunciou, para avançar que "a caminhada ainda é bastante longa e o Governo local está a trabalhar para a melhoria das vias de acesso das zonas mais longínquas, para que as populações possam circular e fazer as trocas comerciais para geração de mais receitas”.
O vice-governador apelou à direcção do INEA, no sentido de dar uma atenção especial à província do Cuando Cubango, por ter inúmeras dificuldades no que concerne às vias de acesso, para que estes problemas possam fazer parte do passado em curto espaço de tempo.
Ao empreiteiro, João Bonifácio Cassanga, apelou para que se cumpra, de forma escrupulosa, com os prazos contratuais estabelecidos, para que a população possa beneficiar, o mais rápido possível, da estrutura rodoviária.
Olhar para o rio Longa
A administradora do município de Nancova, Amélia Marta Cacuhu,referiu que a travessia do rio Mpaley-Mpaley no tempo chuvoso é um grande calcanhar de Aquiles para a população de Nancova, tendo em conta que, até viaturas todo-o-terreno ficam entaladas, por causa do elevado nível das águas e lamas.
Por isso, defendeu a necessidade de o Governo Provincial trabalhar para a colocação de uma ponte sobre o rio Longa, para a ligação, por estrada, da localidade do Mpaley-Mpaley à sede do município do Nancova, num percurso de 35 quilómetros. João Paulo dos Santos, sócio-gerente da empresa JPS e Filhos, Lda., empreiteira da obra, garantiu que, apesar de, até ao momento, não receber nenhum pagamento, a firma vai arrancar os trabalhos com recursos financeiros próprios, com vista ao cumprimento cabal dos prazos contratuais.
"Temos em mente as dificuldades que isto pode causar a nossa empresa, mas tudo faremos para a captação de recursos financeiros, para que a curto espaço de tempo possamos entregar a obra ao legítimo dono”, disse.
Fonte: JA