Angola anuncia circulação comunitária da variante Ómicron
Angola detectou os primeiros (16) casos da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, resultante de 17 amostras enviadas para o laboratório do Instituto Ricardo Jorge (Portugal), das quais uma com o diagnóstico da variante Delta, até aqui o virus mais letal da Covid-19.
O facto foi anunciado, ontem, em Luanda, pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, para quem o crescimento galopante de contágio de Covid-19 registados nos últimos dias, confirma a circulação comunitária da variante Ómicron no país.
"Todos estes casos são da província de Luanda, dos quais oito com histórico de viagens provenientes da África do Sul e um da Inglaterra. Os restantes oito casos não têm histórico de viagem”, esclareceu a ministra.
Segundo a titular da pasta da Saúde, a variante Ómicron continua a ser estudada e, comparativamente às outras estirpes, tem uma alta taxa de transmissibilidade e pode ser três vezes mais que as variantes já conhecidas.
"Os doentes acometidos com a Ómicron têm com frequência sintomas semelhantes com gripe, irritação na garganta, tosse, febres, corrimento nasal, dores nas articulações, dores de cabeça, falta de olfacto e nalguns casos diarreia”, detalhou.
Sílvia Lutucuta lembrou que o país continua a registar outras estirpes mais letais, como é o caso da Delta. "Infelizmente, não teremos uma quadra festiva normal, por isso, o cumprimento das medidas contidas no Decreto sobre o Estado de Calamidade impõem-se e visam salvar vidas, bem como cortar a cadeia de transmissão”.
Segundo a ministra, "só com a vacinação vamos conseguir salvar vidas. A vacina é segura e gratuita. Não queremos que o sistema de saúde entre em colapso e que os nossos guerreiros sintam uma pressão na prestação da assistência médica”, ressaltou.
Situação epidemiológica
Angola bateu, ontem, um novo recorde, ao registar acima de do anterior, fixando-se agora em 1.859 novos casos, o maior número de contágios notificados desde o início da pandemia, em Março do ano passado.
Segundo a ministra da Saúde, do total de infectados, 870 são do sexo masculino e 989 feminino, com idades entre nove dias e os 82 anos. Destes, 1.712 são de Luanda, (45) de Malanje, (27) de Cabinda, (22) da Huíla, (15) do Huambo, (10) do Zaire, (9) do Uíge, (7) do Namibe, (6) da Lunda-Sul, (3) do Moxico, (2) do Cuanza-Norte e (1) do Bié.
No mesmo período, três homens morreram com Covid-19, com idades entre 35 e 50 anos, todos ocorridos em Luanda. Sílvia Lutucuta destacou, igualmente, a recuperação de 39 pacientes, com idades entre três e 66 anos, dos quais 31 de Luanda, quatro do Uíge e dois do Cunene e Huíla.
Nesta altura, avançou, Angola regista um cumulativo de 70.221 casos confirmados, sendo 4.512 activos, 1.746 óbitos e 63.963 recuperados. Dos 4.512 activos, cinco estão em estado crítico, 15 graves, 44 moderados, 47 leves e 4.401 assintomáticos.
Nas últimas 24 horas, foram processadas 2.501 amostras por RT-PCR (940 positivas e 1.561 negativas), com uma taxa de positividade de 37,6 por cento. Foram ainda processadas 4.050 amostras por teste de diagnóstico rápido (antigénio) e destas, 919 positivas e 3.131 negativas.
O total de amostras processadas é de 1.249.424 (70.221 positivas e 1.179.203 negativas), o que corresponde a uma taxa de positividade de 5,6 por cento. As taxas de incidência e de letalidade correspondente à 51ª semana epidemiológica (13 até 19 de Dezembro) é de 1,7 e, por cada 100 mil habitantes, é de 0,2 por cento.
Vacinação
De acordo com o Ministério da Saúde, até às 18h00 do dia 24 de Dezembro foram vacinadas, contra a Covid-19, 6.407 pessoas. O cumulativo de pessoas vacinadas com uma dose é de 7.598.162, o que corresponde a uma cobertura de 48,19% da população alvo e as que receberam a dose completa foram 3.871.494, correspondendo a uma cobertura de 24,56%. O total de doses administradas subiu para 11.170.032.