Tecnologia
05 Novembro de 2021 | 14h26

AIRBUS forma angolanos em montagem e testes de grandes satélites

Mais de 25 especialistas do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN) encontram-se, desde terça-feira, em formação para certificação internacional em montagem, integração e testes de satélites de grande porte, incluindo testes eléctricos e em termo vacum.

De acordo com um documento do GGPEN, publicado no site do Ministério das Telecomunicações, Tecnologia de Informação e Comunicação Social (MTTICS), a referida formação resulta da parceria existente com a Rússia e a Airbus, no âmbito do projecto ANGOSAT-2.

O informe indica ser a primeira vez que a Airbus ministra um curso de certificação desta natureza para uma instituição africana da área espacial, com formadores especialistas da empresa aeroespacial e bélica europeia, com vasto conhecimento e experiência na indústria espacial internacional.

A acção formativa, com duração de um mês, possui módulos constituídos à medida das necessidades e desafios do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional, no quadro das actividades espaciais em curso. A mesma está a decorrer na sede da Airbus, na cidade de Leiden, localizada nos Países Baixos.

Segundo sabe ANGOP, a formação é igualmente um complemento ao objectivo do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN-2022) de continuar a formar especialistas de excelência na área espacial.

ANGOSAT-2

O ANGOSAT-2 é o satélite angolano de telecomunicações, em construção, para garantir a expansão dos serviços de comunicações em todo território nacional e regional, contribuindo assim para a inclusão social, bem como no maior desempenho das empresas e consequentemente no crescimento social e económico nacional.

Terá uma cobertura total de África e uma parte significativa do Sul da Europa, na Banda-C, e uma cobertura quase total da parte sul de África na Banda-Ku. A Banda-Ka servirá somente para a Gateway que estará em Luanda. O seu lançamento e operação estão previstos para 2022.

O ANGOSAT-2 surge em substituição do primeiro satélite de telecomunicações, ANGOSAT-1 (lançado ao espaço, no dia 26 de Dezembro de 2017, às 20:00 de Angola, por meio de um veículo Zenit-3F/Fregat-SB, a partir do Cosmódromo de Baikonur no Cazaquistão).

Apesar de estar em órbita, não apresentou os parâmetros para os quais foi construído.

Na sequência, o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social de Angola e o consórcio russo responsável pela construção e lançamento do primeiro satélite angolano, acordaram a 23 de Abril de 2018, o início da construção do ANGOSAT-2, sem custos adicionais para a parte angolana.

ANGOSAT é a denominação de um projecto estruturante que integra não só a construção, lançamento e operação dos satélites angolanos, mas também a criação de capacidade nacional em recursos humanos e infraestruturas, no âmbito da Estratégia Espacial Nacional 2016 – 2025.

Dentro do projecto estruturante ANGOSAT existem actualmente dois grandes subprojectos, o ANGOSAT-2 e o Sistema de Observação da Terra (SOT).

Enquanto isso, a Airbus SE é uma empresa aeroespacial e bélica europeia, fundada em Dezembro de 1970. Até Janeiro de 2014, a empresa foi uma subsidiária da EADS, que detinha 100% do controle accionário. A BAE Systems detinha 20% das ações do grupo até 2006, quando vendeu sua participação para a EADS.

Como a maior empresa aeroespacial e de defesa na Europa, o Grupo Airbus tem suas origens nos Países Baixos, França, Alemanha, Espanha e Reino Unido, contando com cerca de 35.500 fornecedores (ou 65% do gasto total). Desde sua fundação, em 2000, o Grupo Airbus criou 15.000 novos postos de trabalho de alta tecnologia, só na Europa

Fonte: Angop