As ilhas Malvinas, localizadas no sul do oceano Atlântico, poderiam ter sido palco de atividade humana muito antes de os europeus terem pisado pela primeira vez as terras do arquipélago no final do século XVII, de acordo com um estudo realizado pela Universidade do Maine, nos EUA.
Ao longo de três expedições nestas ilhas em 2014, 2016 e 2018, os
cientistas liderados pela pesquisadora Kit Hamley coletaram restos
ósseos de animais e registros de carvão vegetal. Depois, os
especialistas analisaram os achados por datação de radiocarbono e outros métodos.
Descobriu-se que a maioria dos objetos achados indicam que indígenas sul-americanos teriam viajado para essas ilhas entre os anos 1275-1420 d.C. Além do mais, cientistas conseguiram encontrar um dente de uma espécie extinta de raposa, conhecida como warrah (Dusicyon australis), que data de 3450 a.C., o fragmento mais antigo já descoberto da espécie.
Esse predador era o único mamífero terrestre que vivia no arquipélago
quando os europeus lá chegaram. Em meados do século XIX a espécie foi
extinta devido à caça descontrolada.
Apesar de a comunidade científica se questionar durante anos sobre a origem da raposa, a equipe de Hamley sugere em seu estudo que o animal poderia ter sido domesticado pelos povos indígenas da
América do Sul, que depois o teriam levado às ilhas durante as suas
breves estadias.
A análise isotópica e a datação por carbono determinaram que a
espécie se alimentava de "predadores marinhos do topo, como leões
marinhos e focas", uma dieta semelhante à dos humanos que viviam na América do Sul nos tempos pré-históricos.
Pesquisadora Kit Hamley segura crânio de leão-marinho descoberto no arquipélago das Malvinas
Fonte: Sputnik