Tecnologia
05 Maio de 2021 | 08h17

Facebook termina decisão sobre suspensão da conta de Trump

O antigo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), o republicano Donald Trump, deverá saber hoje se pode regressar à rede social Facebook, uma decisão polémica com implicações na política norte-americana.

Se a Comissão de Supervisão da rede social fundada por Mark Zuckerberg decidir a favor do antigo chefe de Estado norte-americano, o Facebook terá sete dias para repor a conta de Trump.

Contudo, uma decisão em sentido contrário vai fazer com que Trump seja "suspenso indefinidamente" da rede social, ou seja, banido enquanto o Facebook achar necessário. A decisão é esperada hoje.

A conta de Donald Trump, à semelhança do que também aconteceu no Twitter, foi suspensa devido a suspeitas de incitamento à violência, na sequência da invasão ao Capitólio, em 06 de janeiro, enquanto o Congresso validava a vitória do democrata Joe Biden nas presidenciais de 03 de novembro.

Um dia depois da tentativa de insurreição, Facebook e o Instagram silenciaram as contas do antecessor de Biden em 07 de janeiro, considerando que iria estar suspenso "pelo menos" até 20 de janeiro, dia do início do mandato da administração democrata.

A decisão culminou com vários anos de inação perante a retórica inflamada de Trump.

A suspensão de Trump nas redes sociais começou com o Twitter, passou ao Facebook e depois ao Instagram.

O Twitter, em particular, foi um 'duro golpe' para Donald Trump, uma vez que era o meio preferencial do antigo Presidente dos EUA durante os quatro anos de mandato.

Entretanto, o Facebook criou um painel de supervisão de conteúdos prejudiciais e cuja publicação pode ter impactos reais, como era o caso das publicações de Donald Trump.

A criação desta 'ferramenta' surgiu depois inúmeras críticas em relação à inação e incapacidade de agir rapidamente no que diz respeito à propagação de desinformação, adensada com a pandemia.

As respostas oficiais do Facebook referiam sempre que a rede social acreditava que não deveria interferir por intermédio da moderação de conteúdo.

A suspensão de contas de utilizadores no Facebook não é inédita, mas Trump é a figura de maior relevo a ser suspensa até hoje.

O ex-presidente costumava utilizar as redes sociais para tecer considerações sobre líderes de outros países e até para 'romper' com acordos internacionais, como por exemplo, o Acordo de Paris ou o Acordo Nuclear do Irão, que visa impedir Teerão de aumentar a capacidade nuclear.

O antigo chefe de Estado norte-americano popularizou a uma tendência que já se vinha a verificar há alguns anos: a utilização das redes sociais, em particular do Twitter, por primeiros-ministros, presidentes e personalidades com destaque na geopolítica internacional, como, por exemplo, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, o português António Guterres.

Fonte: NM