O Executivo lançou, ontem, em Luanda, em conferência de imprensa, uma mega campanha de limpeza para fazer face aos amontoados de lixo espalhados em várias zonas da capital do país.
A campanha arranca amanhã e vai envolver o Governo Provincial de
Luanda (GPL), as Forças Armadas Angolanas (FAA), operadoras com tradição
na recolha de lixo e empresas de construção civil, que vão
disponibilizar meios técnicos.
A ministra de Estado para a Área
Social, Carolina Cerqueira, que presidiu à cerimónia de lançamento,
afastou qualquer possibilidade de a comissão criada pelo Presidente da
República afastar o GPL das suas responsabilidades. "Esta Comissão não
pretende substituir-se ao Governo da Província de Luanda, sendo antes um
auxiliar para a resolução de um problema gravíssimo específico inerente
à acumulação, recolha e tratamento do lixo”, clarificou.
A
ideia, disse, é evitarem-se males maiores, sobretudo os relacionados com
a saúde pública, com a degradação do ambiente e da qualidade de vida.
Para o sucesso desta operação, a ministra de Estado para a Área Social
diz contar, também, com o "esforço, boa vontade e dedicação” dos
habitantes da capital, empresários, organizações não-governamentais,
sociedade civil, partidos políticos, igrejas, estabelecimentos de ensino
(médio e superior) e órgãos de Defesa e Segurança.
"Todos somos
poucos para tão ingentes tarefas, razão pela qual esperamos que a defesa
do bem-comum, da saúde e bem-estar das populações fale mais alto e nos
permita continuar a coordenar as acções com grande sentido de
responsabilidade colectiva”, destacou.
A governante apontou as
situações difíceis que Luanda tem enfrentado nos últimos meses,
provocadas, sobretudo, pela Covid-19, pela ausência de limpeza e pelas
fortes chuvas que têm fustigado a cidade.
Carolina Cerqueira
salientou que alguns problemas que enfermam a capital, podiam ser
minimizados se tivessem sido implementadas medidas adequadas de drenagem
das águas pluviais, construção de infra-estruturas, controlo das
construções anárquicas em linhas de água, nas encostas e até mesmo em
valas de drenagem, realidade que coloca várias famílias em situação de
grande risco.
Requalificação urbana
A
ministra de Estado a para Área Social revelou ser vontade do Presidente
da República que, depois da conclusão desta operação, o próximo passo
seja a requalificação urbana, que deve ser encarada como um processo
estratégico, envolvendo a articulação e integração de diversas
componentes, tais como habitação, cultura, coesão social, espaço público
e mobilidade.
"Para o efeito, o Executivo pensa adoptar uma
política de cidades cujos programas urbanos valorizem não só o
território como, também, o nosso património material e espiritual, capaz
de contribuir para o progresso e o desenvolvimento económico do país”,
realçou.
A ministra da Saúde, também presente no evento,
descartou a existência de casos de cólera em Luanda. Sílvia Lutucuta
disse que os testes de despiste da doença, realizados até ao momento,
apresentam resultados negativos. Apesar disso, prosseguiu, tem vindo a
ser reforçada a vigilância epidemiológica para prevenir casos da doença
em Luanda. Face a um possível surgimento da doença na capital do país, a
ministra exorta as famílias a ferverem a água para beber, lavar sempre
as mãos com água e sabão e a varrerem os quintais e zonas comuns.
Fonte: JA